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CoronaZap no Borel

Moradores do Borel desenvolvem programa para mapear casos na comunidade

Comunidade do Borel está aproveitando a tecnologia para combater a pandemia de Covid-19
Comunidade do Borel está aproveitando a tecnologia para combater a pandemia de Covid-19 -

A subnotificação de casos de Covid-19 em favelas do Rio de Janeiro tem sido um grande problema para identificar e dar o tratamento adequado aos pacientes.

Para ajudar no mapeamento e combate ao coronavírus, o jornalista Igor Soares, juntamente com mais cinco colegas, desenvolveram um programa chamado CoronaZap. O objetivo é orientar, de acordo com as normas da Organização Mundial da Saúde (OMS), os moradores da comunidade do Borel, na Zona Norte do Rio, a identificarem os sintomas e procurarem, ou não, ajuda médica.

"A ideia do CoronaZap surgiu diante da falta de informações sobre casos de coronavírus no Borel. Até então não tinham casos confirmados na comunidade, mas havia suspeitas. Nós acreditamos que os casos ocorridos no Borel estavam se misturando com os da grande Tijuca. Então, tivemos essa ideia de mapear os casos, para entender os focos do vírus e poder fazer um estudo qualitativo", explica Igor.

A forma de uso deste programa é muito simples: basta o usuário enviar uma mensagem para o número do CoronaZap, (21) 98685-2496, que receberá um cadastro para preencher.

"O morador entra em contato com a gente e recebe uma mensagem automática pedindo informações, como nome, sobrenome, localidade na comunidade, idade e sintomas. Depois, pegamos esses dados e fazemos um levantamento para entender quem está sofrendo com o vírus e onde. Essas informações são armazenadas em um banco de dados e analisadas por enfermeiros, para poder orientar a pessoa a procurar ou não uma unidade médica, de acordo com as recomendações da OMS", completa ele.

'CoronaZap' quer se expandir

O CoronaZap foi tão bem recebido pelos moradores do Borel que instituições de outras comunidades já entraram em contato com os colaboradores para a expansão do projeto. Porém, faltam recursos financeiros para conseguirem realizar tal feito. "Nós temos o objetivo de expandir o projeto para outras favelas, mas por enquanto só temos recursos para atuar no Borel. Já recebemos propostas para criar braços em outras
comunidades. Estamos buscando parcerias. Hoje temos as redes sociais como principal divulgação e uma rádio comunitária aqui do Borel. Estamos procurando gente que queira ajudar como pode", comenta
Igor Soares.

Canal de comunicação já mostra resultados

O CoronaZap já demonstrou excelentes resultados em sua primeira semana. Foram cerca de 25 casos notificados e os moradores do Borel se mostram satisfeitos. "As pessoas estão aceitando muito bem a iniciativa, os moradores têm elogiado bastante. Estamos conseguindo manter um contato com eles, podendo acompanhar o quadro, seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde. Até agora, conseguimos confirmar mais ou menos 25 casos, mas acreditamos que o número pode ser maior", diz Igor.
A Tijuca, onde fica situado o morro do Borel, é o 4° bairro com mais casos de coronavírus, são 418 casos confirmados e 331 recuperados. "Quando esses casos não são notificados, as pessoas não têm o conhecimento de que o vírus está presente e, a partir disso, começam a se aglomerar, não usam máscara
e tudo tende a piorar, ainda mais em favelas", avalia ele.

* Reportagem do estagiário Igor Santos sob supervisão de Karina Fernandes

 

Comunidade do Borel está aproveitando a tecnologia para combater a pandemia de Covid-19 Divulgação
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