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Após prazo da Justiça, estado anuncia calendário para abrir hospitais de campanha

Caminhões são vistos na obra do hospital de campanha de São Gonçalo, que deve ser aberto na quarta-feira
Caminhões são vistos na obra do hospital de campanha de São Gonçalo, que deve ser aberto na quarta-feira -

Após decisão do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) que determinou "efetiva operação" de todos os leitos dos hospitais de campanha em até 20 dias, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) divulgou ontem um novo calendário para as inaugurações. Dos sete previstos com gestão do governo estadual, apenas o do Maracanã foi aberto até agora.

O Hospital de São Gonçalo está previsto para a quarta-feira (27) e o de Nova Iguaçu para o dia 29. Já os de Duque de Caxias, Nova Friburgo, Campos e Casimiro de Abreu serão abertos nos dias 1, 7, 12 e 18 de junho, respectivamente.

A desembargadora Isabela Pessanha Chagas determinou que a organização social Iabas, responsável pelos hospitais de campanha do estado, o Município do Rio e a RioSaúde, empresa municipal de saúde terão que comprovar a operacionalização ou o desbloqueio de todos os leitos para pacientes com síndrome respiratória aguda nestas unidades. A decisão do TJ-RJ isentou estado e município da obrigação de desbloquear leitos dos hospitais municipais Souza Aguiar, Miguel Couto e Salgado Filho e do Hospital Universitário Pedro Ernesto para o tratamento. A justificativa foi não prejudicar o tratamento de outros pacientes internados e que precisam de atendimento durante a pandemia.

Atualmente, a lista de espera por vagas estaduais para tratamento da Covid-19 é de 212 pessoas para leitos de enfermaria e 257 para leitos de UTI, segundo a Secretaria Estadual de Saúde.

Denúncias sobre o Maracanã

Único hospital de campanha aberto com gestão do governo estadual, o Hospital do Maracanã foi alvo de denúncias, ontem. Segundo o RJTV, trabalhadores contaram que não há medicamentos que são fundamentais para manter a pressão arterial e garantir a adaptação dos pacientes ao respiradores. "Estou estarrecida de ver pessoas morrendo porque faltam medicamentos, pacientes sem sedação devida, pacientes com ventiladores basicamente pifados, médicos pouco treinados para fazer entubação. Um campo de guerra e de morte, não de vida", alegou uma funcionária. "É escandaloso ver e não poder fazer nada", completou.

Prefeitura doa 16 novos respiradores ao estado

A Prefeitura do Rio doou 16 novos respiradores para o Hospital Universitário Pedro Ernesto, da UERJ, em Vila Isabel, na Zona Norte. A unidade, que conta com 63 leitos de terapia intensiva e outros 103 de enfermaria, abrirá mais 16 vagas para UTI, destinadas a pacientes graves de Covid-19. A secretária municipal da Saúde, Ana Beatriz Busch, disse que o Rio recebeu 326 aparelhos de uma compra efetuada no ano passado e 16 equipamentos do Ministério da Saúde. O planejamento é que o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, na Tijuca, seja o próximo a receber aparelhos. Durante a entrega dos equipamentos, o diretor do Pedro Ernesto, Ronaldo Damião, denunciou que empresários estão aumentando os preços de remédios destinados às unidades de saúde. "Existem contratos, mas os remédios não estão chegando. Além disso, Há medicamentos que custam R$ 2 e estão sendo vendidos a R$ 10", reclamou. Até ontem, 460 pessoas aguardavam uma vaga na rede pública.