O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) concedeu, ontem, liminar que impediu a prefeitura de concluir a demolição de boxes regulares no camelódromo da Rocinha, na Zona Sul. A decisão saiu no início da tarde, após sete barracas serem removidas. De acordo com a liminar, o município não poderá demolir nenhum box até que apresente justificativa técnica e planejamento de realocação para os comerciantes, com pena de R$ 10 mil por unidade derrubada.
Os boxes seriam removidos para permitir, segundo a prefeitura, o acesso de ambulâncias ao estacionamento da Igreja da Universal, onde ficará o Centro de Imagem equipado com tomógrafo, durante a pandemia. A própria instalação do equipamento já foi motivo de questionamento judicial, por haver Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na comunidade.
'Desnecessário'
Segundo os comerciantes, a demolição é desnecessária, uma vez que a Rua General Olímpio Mourão Filho já daria acesso ao local. Há nove anos trabalhando no camelódromo, Erinaldo Silva fala do prejuízo e da incerteza da remoção: "Cada box emprega entre quatro e cinco pessoas. Será que ele (o prefeito Marcelo Crivella) não pensa na quantidade de famílias que perderão seus sustentos?". Procurada, a Prefeitura do Rio não havia se manifestado até o fechamento desta edição.