Supermães! Mulheres se desdobram para conciliar o home office com os cuidados com os filhos na quarentena

Que megaforça, invisibilidade e capacidade de voar que nada. Em tempos de isolamento social por causa do coronavírus, as mães têm um poder especial capaz de fazer inveja em qualquer super-heroína da ficção: conciliar o home office (trabalhar de casa) com os cuidados com os filhos e as tarefas domésticas. E, muitas vezes, tudo ao mesmo tempo, desdobrando-se para dar conta de todas essas funções.

Mãe dos gêmeos Liz e João Paulo, de 12 anos, a bancária Adriana Damasceno, de 43, ressalta que o acúmulo de funções é uma realidade que sempre existiu para as mulheres, mas que o número de tarefas aumentou durante o isolamento. "Com a quarentena, ganhei uma função extra, que é tentar coordenar o aprendizado à distância dos filhos. Tive que convencer as crianças a aprenderem sozinhas através das aulas gravadas e links do YouTube, estabelecer rotina para as atividades simples, como as refeições, e aprender a realizar meu trabalho de casa. Está exaustivo", diz. 

Neste novo dia a dia do isolamento, um dos desafios das supermães é não ser interrompida no horário do trabalho. "A dificuldade maior é separar o trabalho do fato de estar em casa. Meu filho me chama várias vezes e sempre vê TV em um volume alto. Uma vez, estava ao telefone tentando resolver um problema do trabalho e tive que pedir para meu filho diminuir o volume da TV. Chamei a atenção dele. E a pessoa do outro lado da linha ouvindo tudo", conta a bancária Simone Cantanhede, de 46 anos, mãe do Lucas, de 11. 

A coordenadora pedagógica Camilla Garnier, de 29 anos, concorda que não é fácil criar uma rotina de trabalho estando em casa. Ainda mais quando se tem um bebê de 4 meses. "Preciso interromper algumas atividades para amamentar, dar atenção e colocar para dormir", explica a mãe do Arthur, que já precisou trabalhar até de madrugada. "Tive que assumir algumas videoaulas. Para que eu conseguisse gravar a aula, precisava de silêncio, porém como tenho uma criança de 4 meses em casa, ficava praticamente impossível gravar. Tive que esperá-lo dormir, fiquei gravando aula até 2h", afirma.

Apesar da rotina cansativa, as três festejam a chance de passar mais tempo com os filhos enquanto estão trabalhando de casa na quarentena. "Estar ao lado do Arthur, vendo seu sorriso e desenvolvimento faz com que todo o estresse de um dia cansativo seja recompensado", derrete-se Camilla. Simone faz coro: "A oportunidade de ficar mais próxima do Lucas compensa qualquer estresse". Adriana também comemora: "Ter mais tempo e tranquilidade de poder ouvi-los, observá-los é muito bom". Todas bem mamães corujas.

“Enquanto escrevia esta reportagem, precisei parar correndo para pegar meu filho, Antônio (foto abaixo), de 11 meses,que chorava por ter caído enquanto brincava. Nestes momentos, só um colinho de mãe para acabar com as lágrimas — sim, nós temos esse superpoder. Mais umas palavras na página e outra interrupção. Meu bebê queria que eu visse sua mais nova descoberta: a habilidade de fazer um engraçado barulho com a boca. E é assim o dia inteiro. Mas eu adoro. Adoro ver meu bebê engatinhando pela casa, falando “mama” para chamar minha atenção e distribuindo um festival de sorrisos enquanto trabalho.
Não tem nada melhor neste mundo. Feliz Dia das Mães para todas nós!”, Carla Rangel, mãe do Antônio.