O ator Flávio Migliaccio, de 85 anos, foi encontrado morto na manhã de ontem, em seu sítio, em Rio Bonito, na Região Metropolitana do Rio. A morte foi confirmada por uma equipe do 35º BPM (Itaboraí), que esteve no local, acionada por vizinhos. Os policiais acharam uma carta de despedida do artista para a família. A Polícia Civil registrou o caso, a princípio, como suicídio, mas abriu investigação.
Na carta, pedido de desculpas e velhice são temas. "A impressão que foram 85 anos jogados fora num país como este e com esse tipo de gente que acabei encontrando", diz um trecho. O ator deixa mulher, um filho e uma neta.
Nascido no Brás, em São Paulo, em 1934, Flávio começou no teatro na década de 50, em grupos amadores. Estreou profissionalmente com o Teatro de Arena, onde participou de diversas peças, como Eles não Usam Black-Tie, de Gianfrancesco Guarnieri.
Flávio estreou na Globo em 1972, em O Primeiro Amor, em que viveu Xerife, seu primeiro grande papel. Voltou a fazer o personagem na série Shazan, Xerife e Cia, ao lado de Paulo José.
O ator também fez muito sucesso com o público infantil devido ao personagem Tio Maneco, do filme As Aventuras de Tio Maneco, de 1971.
Flávio atuou em mais de 30 novelas e minisséries. Entre os papéis de destaque, o pão-duro Moreiras, de Rainha da Sucata, o feirante Vitinho, de A Próxima Vítima, e o turco Chalita, de Tapas & Beijos. Seu último trabalho foi na novela Órfãos da Terra, da Globo, com o personagem Mamede Al Aud.