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Policial civil morre em casa de Covid-19

Estava com suspeita do vírus, mas não foi internado

Morreu na sexta-feira, dia 1º, o inspetor Alex Vivas Alves da Conceição, com suspeita do novo coronavírus. O policial trabalhava na 22ª DP (Penha) e deixa dois filhos pequenos. Ontem, ele completaria 43 anos.

O corpo de Alex, que morava sozinho e estava afastado do trabalho, foi encontrado dentro de casa pelo pai, em São Cristóvão, Zona Norte do Rio.

De acordo com relatos de amigos do trabalho e familiares, Alex apresentou sintomas de gripe no dia 24 de março, quando, por protocolo, foi afastado por 14 dias. Ao retornar, realizou mais dois plantões na delegacia e apresentou febre. Sem plano de saúde, procurou uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no dia 24 de abril, ocasião em que foi apontada a possibilidade de estar com a Covid-19, mas não tinha indicação para internação. No novo atestado médico de afastamento foi escrito que era para retornar em caso de piora. Não houve tempo.

"Inacreditável. Tão jovem, morrer sem teste e sem amparo", escreveu uma amiga do policial, no Facebook.

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Márcio Garcia, criticou a falta de atendimento aos policiais. "Lamentamos que os policiais civis estejam na linha de frente da segurança e sejam tão abandonados nas questões relacionadas à saúde. Não temos hospital, nem plano ou auxílio para saúde e a policlínica existente funciona precariamente e sem o mínimo de recursos necessários", disse.

Ainda de acordo com Garcia, somente seis testes para policiais são realizados por dia. Uma carga com mil testes foi encomendada, mas ainda sem data de entrega.

Ontem, foi realizada uma missa na Paróquia Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, em homenagem a Alex e outros quatro policiais civis que morreram com suspeita da doença. Oficialmente, a Polícia Civil diz que há uma morte confirmada e espera resultado dos exames.