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Superlotação nas UTIs

Acaba prazo para hospitais federais cederem leitos a unidades estaduais e municipais

A procura foi grande ontem nos hospitais públicos do Rio, como no Pedro Ernesto, em Vila Isabel
A procura foi grande ontem nos hospitais públicos do Rio, como no Pedro Ernesto, em Vila Isabel -

Terminou ontem o prazo dado pela Justiça Federal para que a União cedesse os leitos livres de seus seis hospitais que ficam dentro do município do Rio. A cessão servirá para a regulação unificada de internações dos pacientes diagnosticados com a Covid-19. Ontem, mais uma vez, ocorreu grande procura nas unidades de saúde de toda a cidade. Corredores cheios e pessoas desesperadas buscavam atendimento.

A última atualização da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) mostra que a taxa de ocupação de leitos de UTI para tratamento do novo coronavírus na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), que inclui leitos de unidades municipais, estaduais e federais, é de 97%. Já a taxa de ocupação nos leitos de enfermaria para pacientes com suspeita de Covid-19 é de 90%.

Ontem, o dia foi de peregrinação nas portas dos hospitais. Com os pais doentes, uma moradora de Cosmos, na Zona Oeste, saiu de casa ainda de madrugada e só conseguiu atendimento no Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, na Zona Norte. O casal é idoso e faz parte do grupo de risco. Eles estão com sintomas de Covid-19 desde a semana passada, mas a situação se agravou.

"O atendimento está demorando demais. Estão dando atenção apenas para quem está quase morrendo. Dizem que não estão com leitos vagos para internação. Meus pais foram apenas examinados, medicados com dipirona e liberados. A situação está grave nos hospitais", desabafou a mulher, que pediu para não ser identificada.