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O ex-ministro e ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro fez um pronunciamento, ontem, às 11h, divulgando ao país e, sobretudo, aos eleitores de Jair Bolsonaro, que não fazia mais parte do governo, após 16 meses à frente da pasta da Justiça e Segurança Pública. Nas redes sociais, não faltou humor. Entre as piadas mais compartilhadas, a insinuação de que Moro não havia feito um anúncio, mas uma delação premiada.

A verdade nem estava tão distante disso. Moro não pensou duas vezes ao acusar o presidente de tentar intervir politicamente no comando da Polícia Federal e de usar, sem seu conhecimento, a sua assinatura eletrônica na exoneração do então diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Mas o golpe fatal veio na comparação — para desgosto profundo dos seguidores ferrenhos de Bolsonaro — do atual governo com os mandatários do Partido dos Trabalhadores:

"Bolsonaro queria ter alguém com contato pessoal, que ele pudesse colher relatório de informação, que pudesse ligar, e realmente não é o papel (da PF) prestar esse tipo de informação. Imagine se na Lava Jato a então presidente Dilma (Rousseff), o ex-presidente (Luiz Inácio Lula da Silva), ligassem para a Superintendência de Curitiba, para colher informações", disparou.

Moro negou ter aceitado largar a magistratura, em 2018, para assumir o Ministério da Justiça em troca de uma posterior indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF).