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Amargo como jiló

Fechada, Feira de São Cristóvão acumula prejuízos

Aglomeração sempre foi palavra bem-vinda na Feira de São Cristóvão, ponto de encontro de nordestinos que sentem falta da terra natal e também de jovens que gostam de soltar a voz nos karaokês. As quase 700 barracas de iguarias, roupas típicas, bares e restaurantes foram fechadas pela Prefeitura do Rio há um mês por conta da pandemia do novo coronavírus. Sem a renda dos finais de semana, grandes e principalmente pequenos comerciantes do pavilhão têm dificuldades financeiras. Entre funcionários e frequentadores, a saudade da Feira amarga que nem jiló.

Luiz Paulo Keikoj é proprietário do Bazar da Cantoria, um dos primeiros a instalar karaokê, que virou febre entre os mais jovens nos últimos anos. O local, assim como os outros comércios, foi fechado no dia 14 de março. "É um bar de entretenimento que gera aglomeração, tem ar condicionado interno, não tinha como, mesmo. Mas é difícil. Vou vivendo de economias. Eu tinha dois funcionários que trabalhavam quando o estabelecimento abria. Mantive o pagamento deles", disse o comerciante, ainda incerto de como será daqui para frente. Quando as portas abrirem, ele planeja comprar um microfone com suporte para que ninguém tenha que encostar no aparelho. "Penso em comprar isso para ninguém precisar meter a mão no microfone. Também não sei se vou poder aglomerar no meu estabelecimento".