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Cai a exigência do CPF

Justiça toma decisão para evitar aglomeração na busca dos R$ 600

O camelô Daniel dos Santos aproveitou a fila cheia para vender máscaras em Madureira
O camelô Daniel dos Santos aproveitou a fila cheia para vender máscaras em Madureira -

Apesar da orientação das autoridades para evitar aglomeração, grandes filas voltaram a se formar nas unidades da Receita Federal no Rio, ontem, para a regularização do CPF de quem precisa do auxílio emergencial de R$ 600 por conta da pandemia de Covid-19. Isso horas antes de um juiz, a pedido do governo do Pará, suspender a exigência, por "manifesta contrariedade" às medidas de distanciamento social, e dar um prazo de 48 horas para que as autoridades se adequem à decisão.

Para os que aguardavam na fila, a espera parecia não chegar ao fim, mas para quem foi impedido de trabalhar, ela foi uma oportunidade de conquistar alguma renda. Na agência de Madureira, na Zona Norte, o camelô Daniel Neto, de 21 anos, que vendia doces no ônibus, oferecia máscaras laváveis. "Estou vendendo as máscaras desde segunda-feira, comecei na Tijuca. Eu compro o tecido, minha avó costura e eu vendo. Aproveitei que tinha bastante gente na fila para garantir algum dinheiro para sobreviver. Meu sonho é juntar dinheiro para abrir uma barbearia, mas, enquanto não dá, a gente faz o que pode", contou o jovem.

Desempregado desde 2015 e sobrevivendo de bicos, André Luiz Figueiredo precisou se reinventar mais uma vez para garantir o pão de cada dia. Às 6h, ele já estava oferecendo seu café para quem estava na fila e só pretendia ir embora quando a fila ou o café acabassem. "Eu faço o que posso para sobreviver, vim vender café hoje e vou voltar todos os dias, cada vez mais cedo, para conseguir dinheiro", disse.