Josemar de Lima Galvão chegou às 3h à porta da agência da Receita Federal em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Às 5h, José Ricardo dos Santos, de muletas, foi mais um a engrossar a fila de quem madrugou para regularizar o CPF (Cadastro de Pessoa Física) e seguir tentando o auxílio emergencial de R$ 600, dado pelo governo federal para ajudar trabalhadores informais, desempregados, MEIs e contribuintes individuais do INSS durante a pandemia do novo coronavírus.
No Rio, agências da Receita Federal também receberam longas filas, como em Madureira, na Zona Norte. Quanto mais gente chegava, mais histórias de dificuldade se misturavam na aglomeração, todas convergindo para a necessidade de receber os R$ 600, nesse momento de aperto financeiro.
Pedreiro autônomo, José Ricardo caiu de uma escada e quebrou o calcanhar há dois meses. Sem trabalhar, tem corrido atrás dos R$ 600, mas esbarrou na notícia de que seu CPF estava com o nome da mãe escrito errado. "O atendimento foi muito ruim. Falam que tem que deixar cópias de um documento no envelope, mas não avisam isso equanto estamos na fila. Tive que pedir um real emprestado para pagar a xerox. Estou sem nada", reclamou o pedreiro. "Deixei o envelope e em três dias voltarei para ver se deu certo. Esse dinheirinho ia vir numa hora boa".
Auxílio para as mães
As mulheres chefes de família que se cadastraram no auxílio-emergencial do governo recebem hoje o pagamento da Caixa Econômica Federal. Esse benefício será de R$ 1.200 — cota dupla — e inclui as mulheres com filhos que são responsáveis pelo sustento familiar. É o caso de Caroline Sousa, mãe de uma criança de 5 anos e moradora do Morro do Castro, em São Gonçalo. O cadastro dela, no entanto, permanece "em análise". Caroline segue com dúvidas e aguarda ser contemplada. "Estou desde quarta-feira entrando no site para saber. Só fica 'em análise'. Está difícil", lamentou Caroline. No site, a Caixa dá prazo de até cinco dias úteis para aprovar os benefícios a partir do dia do cadastro.