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Mar não está para peixe

Pescadores têm queda na renda e esperam 'coronavoucher' prometido pelo governo

Adriana exibe uma máscara de tecido: R$ 8 a unidade, com faturamento médio de R$ 240 por dia
Adriana exibe uma máscara de tecido: R$ 8 a unidade, com faturamento médio de R$ 240 por dia -

Passar a madrugada dentro de um barco na Baía de Guanabara nunca foi uma adversidade para o pescador Valdemir da Silva. Aos 57 anos, 35 deles vividos no mar, nunca pensou que teria sua vida alterada "devido a um vírus que surgiu do outro lado do mundo, na China", como ele conta.

Morador de Brás de Pina, na Zona Norte do Rio, o profissional está entre os milhares de cariocas que tiveram sua renda alterada por conta da pandemia do coronavírus.

"Minha esposa está desempregada. Além dela, moram comigo minha filha e minha neta. Todas dependem dessa renda para se alimentar. A situação está cada vez pior", lamenta.

Apesar disso, continua pescando sardinhas para vender. A dura realidade de Valdemir pode ser comprovada, de forma mais ampla, ao se chegar ao tradicional Mercado São Pedro, em Niterói, onde as vendas de pescados praticamente zeraram nesse período. 

A renda de Valdemir, antes de R$ 1.300 por mês, despencou há pelo menos três semanas, após a determinação de isolamento social. Dentro de casa, todos começam a sentir a diminuição da verba do pescado para sobreviver.

Crise no Estado

O pescador faz parte do grupo de trabalhadores autônomos que deve receber o auxílio de R$ 600, apelidado de 'coronavoucher'. Valdemir está esperançoso com a promessa do governo, de que o pagamento deve começar na semana que vem.

Representantes da Associação dos Pescadores Livres do Gradim, em São Gonçalo, alertam que a crise por conta da Covid-19 atinge o mercado pesqueiro em todo o Estado.

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