Retorno escalonado das aulas em debate no Rio

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, disse ontem que o retorno das aulas na rede municipal de ensino será de forma escalonada. Em coletiva realizada online, Crivella defendeu que as crianças de 0 a 9 anos voltem antes dos demais alunos. Entretanto, este caso não se aplicaria para aquelas que convivam com parentes idosos e do grupo risco na mesma residência. Na semana passada, o prefeito disse que o retorno está previsto para 12 de abril. Porém, na coletiva, ele disse que tudo dependerá do que o grupo de especialistas disser nas reuniões.

Para o coordenador geral do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe/RJ), Gustavo Miranda, os docentes veem com preocupação o retorno no próximo dia 12. "Vemos com clara aflição esse retorno, já que nesta data os especialistas preveem o pico de infecção do vírus. A nossa posição é enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) e as secretarias de saúde compreenderem que é arriscado, não faz sentido colocar as crianças e professores em risco", afirma o coordenador. 

Sobre o escalonamento das crianças para as escolas proposto pelo prefeito, o professor Marcelo Santana, que faz parte dos Conselhos de Professores e Funcionários da Rede Municipal de Educação do Rio de Janeiro, considera uma irresponsabilidade.

"A preocupação dele (Crivella) deveria ser com a saúde de população, porque as crianças são transmissoras e não há quem não tenha contato com idosos. O foco deveria ser cuidar dos profissionais da Educação, para que passemos logo por essa pandemia e possamos voltar livres de qualquer possibilidade de infecção", explica.