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Mais enterros de casos suspeitos

Números oficiais e de funerárias são conflitantes

Coveiros vestidos com roupas especiais, máscaras de proteção e luvas grossas, realizando enterros de vítimas com suspeita da Covid-19. Mesmo sem o diagnóstico definitivo (por falta, na maioria das vezes, do teste oficial), essa cena tem se repetido para evitar possível contaminação em cemitérios. 

Os números de casos assim crescem a cada dia e já não batem: até ontem, o governo dizia haver dez mortos no estado — seis na capital e quatro no interior —, mas só a Funerária Santa Casa afirma já ter realizado 12 enterros na capital com declarações de óbito confirmando a Covid-19. A Reviver, que administra sete cemitérios municipais do Rio, diz ter realizado enterros de cinco contaminados pelo novo coronavírus; 23 foram sepultados com a declaração de óbito 'doença respiratória'; outros 31 por 'causa indeterminada'.

Essas são algumas das mortes que podem cair na subnotificação, quando o paciente não consegue ser diagnosticado com a doença, ou quando o hospital não consegue notificar os órgãos do governo. Um estudo da Escola de Londres de Higiene e Medicina Tropical afirma que o Brasil detecta em média 11% dos casos.