Falta cliente, sobra preocupação

Com o comércio fechado, setores de serviço e indústria cada vez mais escassos, turismo com forte queda por causada Covid-19, os trabalhadores estão apreensivos quanto ao futuro. Muitos temem perder o emprego por causa da crise. Há, ainda, os informais que serão atingidos em cheio pela falta de demanda neste período de isolamento social, e assim, correm risco de ficar sem dinheiro para se manter. 

Segundo o advogado trabalhista Sérgio Batalha, quem foi dispensado para ficar em casa neste período pelo empregador deve ficar atento aos direitos. "Tem que receber o pagamento de forma integral no período que foi decretado pelo governador Wilson Witzel como situação de emergência", explica.

Se a situação se agravar e o prazo de isolamento social for estendido, Batalha diz que é possível haver redução de salário de trabalhadores com carteira assinada. "Se o país chegar ao caos e nada funcionar nesse período, os empregadores terão a possibilidade de reduzir os salários em 25%. Está previsto na CLT, no melhor cenário", afirma. 

Advogado trabalhista, Luiz Calixto afirma que uma alternativa seria adotar o banco de horas negativo. "Seria uma saída melhor tanto para o empregador quanto para empregado. A solução seria deixar o trabalhador em casa, e, quando tudo isso acabar, ele soma o horário que ficou em casa e reverte em trabalho", explica Calixto. 

Mas, ele aponta outros caminhos que os empregadores têm tomado nesse cenário de isolamento e empresas fechadas. "Há empresas adotando férias coletivas ou até mesmo individuais, folgas que precisavam retirar", diz ele.