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Coronavírus afasta os clientes do maior centro de comércio popular do Rio

Ruas vazias e comércio fechado na Saara por conta do novo coronavírus
Ruas vazias e comércio fechado na Saara por conta do novo coronavírus -

Vendedores parados nas portas das lojas, clientela escassa e ruas vazias, esse era o cenário, na manhã de ontem, na Saara, maior centro de comércio popular do Estado, no Centro do Rio. O clima é reflexo das medidas contra o novo coronavírus determinadas pelo Estado, que preveem o isolamento dos cariocas e fluminenses. De acordo com a Fecomércio-RJ, a redução deve causar um prejuízo de R$ 30 bilhões em março.

A habilidade com as mãos exige de Manoel Rodrigues de Souza muita precisão para desempenhar o ofício de barbeiro e de músico após o expediente no Salão do Chagas, na Tijuca. Aos 77 anos e, portanto, pertencente ao grupo de risco à pandemia do novo coronavírus, ele decidiu pela pausa na dupla função. Além da queda do movimento em mais de 50% na clientela, o crescente número de casos no Rio tem deixado Manoel apreensivo.

"Funcionaremos até sábado (hoje) e reabriremos no dia 28. Estou com muito receio. Afinal, tenho 77 anos. Muitos clientes do salão são idosos, que estão reclusos. O movimento caiu absurdamente. Assisti à Copa de 70, trabalhando neste mesmo salão, e nunca vida nada parecido", disse Manoel.