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CANTE O SAMBA

Sou eu! Índio filho da mata

Dono do ouro e da prata

Que a terra-mãe produziu

Sou eu! Mais um Silva pau de arara

Sou barro marajoara

Me chamo Brasil

Aquele que desperta a cunhatã

Para ouvir jaçanã sussurrar ao destino

O curumim, o piá e o mano

Que o vento minuano

Também chama de menino

Do Tapajós desemboquei

No Velho Chico

Da negra Xica, solo rico das Gerais

E desaguei em fevereiro

No meu Rio de Janeiro,

Terra de mil carnavais

Ô, viola! A sina de preto velho

É luta de quilombola,

É pranto, é caridade Ô, fandango!

Candango não perde a fé

Carrega filho e mulher

Pra erguer nova cidade

Quando a cacimba esvazia

Seca a água da moringa

Sertanejo em romaria

É mais forte que mandinga

Assim nasceu a Flor do Cerrado

Quando um cacique inspirado

Olhou pro futuro

E mandou construir

Brasília, joia rara prometida

Que Nossa Senhora de Aparecida

Estenda o seu manto Pro povo seguir

Sou da Vila, não tem jeito

Fazer samba é meu papel

Fiz do chão do Boulevard

Meu céu! "Paira no ar"

O azul da beleza

Gigante pela própria natureza