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Cedae questiona valor que Defensoria e MP divulgaram sobre indenização

Entidades divergem quanto aos números de consumidores que devem ter desconto

Crise da água atinge o Rio desde o início do ano
Crise da água atinge o Rio desde o início do ano -
Rio - A Cedae questionou, nesta sexta-feira, o valor que a Defensoria Pública e o Ministério Público (MPRJ) divulgaram sobre o desconto que a companhia teria sugerido para compensar os clientes pelo gosto e cheiro de terra na água fornecida pela companhia. Ontem, as duas entidades afirmaram que a Cedae tinha proposto uma indenização de menos de R$ 10 por cada conta para reparar os danos sofridos pelos consumidores desde o início de 2020.
O baixo valor teria sido apresentado pela companhia na última das cinco reuniões com a Defensoria e o MPRJ nesta quinta. A Cedae, no entanto, diz querer como indenização a metade de seu faturamento mensal, o que equivaleria a R$ 75 milhões. Isso ocasionaria uma redução de 50% em cada conta de água, gerando um desconto médio de até R$ 83.
A diferença nos valores se dá porque a Cedae diz que há 900 mil ligações atendidas pela Estação de Tratamento do Guandu (ETA). Já a Defensoria e o Ministério Público fundamenta, o pedido sobre as 9 milhões de pessoas abastecidas pela ETA.
AÇÃO CIVIL
Para fundamentar o número de 9 milhões, a Ação Civil Pública cita uma nota técnica divulgada por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e uma apresentação do ex-presidente da companhia Hélio Cabral, na Assembleia Legislativa (Alerj).

"Importante frisar que uma mesma ligação em um prédio ou conjunto habitacional, por exemplo, pode atender centenas de pessoas. Por esta razão, entendemos por justo que o cálculo seja feito individualmente", ponderou a Defensoria Pública, em nota distribuída hoje.
Já a Cedae disse, também por meio de nota, que os cálculos apresentados pela Defensoria "continham graves incorreções, por desconhecimento da realidade da companhia, inviabilizando, assim, o acordo".