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CANTE O SAMBA

Quem diz que mulher não

é valente?

Imperiana, presente

Eu sou raiz, filha desse chão

Resisto a qualquer opressão

Sou a guardiã de nossa história

Sou eu, a tia, dona da memória

A negra realeza da Serrinha

Mãe preta, do jongo, rainha

De pé descalço, piso forte no terreiro

Abro a roda pra mironga

de jongueiro

Evoco em versos

Marias guerreiras

A heroica resistência

nas trincheiras

Canto a bravura e a valentia

De mulheres que lutaram dia a dia

Vim mostrar o meu valor

Vovó ensinou, vovó contou

Tenho sangue de Dandara

A nobreza de Benguela

Sou alteza da favela

A luta não pode parar

Insistem; não vou me curvar

Eu quero a bem da verdade,

A tal igualdade

Sonho meu, que o mundo

tenha mais respeito

Sonho meu, fazer valer

Nossos direitos
Livres da mão do algoz

Ninguém vai calar nossa voz