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Cariocas aderem em peso ao Dia D de vacinação contra o sarampo

Expectativa da prefeitura era aplicar 60 mil doses e número ultrapassou 100 mil. Quem ainda não se vacinou deve procurar um posto de saúde

Busca por doses contra o sarampo foi grande no Centro Municipal de Saúde Heitor Beltrão, na Tijuca,
Busca por doses contra o sarampo foi grande no Centro Municipal de Saúde Heitor Beltrão, na Tijuca, -

Rio - A adesão da população carioca ao Dia D Nacional da Campanha de Vacinação Contra o Sarampo, ocorrido no último sábado, ultrapassou a expectativa da prefeitura. Pouco mais de 100 mil pessoas foram vacinadas nos mais de 360 postos espalhados por toda a cidade, sendo 233 unidades da rede de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde), além de 130 postos extras. A meta era que fossem aplicadas 60 mil doses na capital.

A data antecipou a oferta de uma dose de vacina para a população entre 15 e 29 anos, independentemente do número de doses anteriores da vacina. A medida foi uma decisão da secretária municipal de Saúde, Beatriz Busch, com a justificativa de ser justamente essa a faixa etária mais atingida pela doença. Na última semana, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Kléber de Oliveira, garantiu que há grande estoque de vacinas para todo o país.

Quem ainda não foi imunizado, pode comparecer a uma das unidades de Atenção Primária, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. A campanha é permanente. A recomendação é que todas as pessoas até 59 anos compareçam a um posto de vacinação para checar o histórico vacinal e verificar se já tomaram as doses necessárias. Jovens de 15 a 29 anos devem comparecer para vacinar, independentemente do histórico vacinal. A falta da caderneta não impedirá a vacinação.

"O objetivo é alcançar a população que habitualmente não procura as unidades de saúde e que deixou de tomar há 15 ou 20 anos atrás as doses que deveriam. Nossos bebês estão cobertos, mas é importante que jovens e adultos também estejam, e precisamos proteger essas pessoas que estão com doses atrasadas e são exatamente a faixa etária mais atingida", disse a superintendente de Vigilância em Saúde, Patrícia Guttmann.

Essa foi a segunda grande ação da pasta para intensificar a vacinação contra o sarampo na cidade. Até o momento, segundo a SMS, já foram vacinadas 268 mil pessoas no município. O número já se aproxima do total de imunizados em todo o ano passado (309.346). Vale ressaltar que todas as crianças a partir dos 6 meses de vida devem receber a chamada dose zero.

A rede estadual também intensificou a campanha. Até o próximo dia 20, serão sete postos fixos, incluindo a Central do Brasil e o Hemorio, além de unidades móveis em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio; Cabo Frio e Maricá, na Região dos Lagos; e Japeri, na Baixada Fluminense. A campanha no estado vai até o fim de março. A meta é imunizar 3 milhões de pessoas.

Primeira morte

O Rio teve a notícia da primeira morte por sarampo confirmada no estado após 20 anos. O óbito aconteceu em Nova Iguaçu, no início de janeiro, mas só foi divulgado no último dia 13. A vítima foi um bebê de oito meses. Ao longo de 2019, foram 373 casos de sarampo no Rio. O número é bem superior aos 20 registrados em 2018.

O sarampo é uma doença viral grave, altamente contagiosa, que pode evoluir para complicações e até levar à morte. A transmissão ocorre no contato de pessoa para pessoa e pela propagação no ar. Os primeiros sintomas são febre, tosse e coriza. O paciente pode ter perda de apetite e apresentar conjuntivite, com olhos vermelhos, lacrimejantes e fotofobia. Surgem manchas vermelhas na pele. As erupções começam no rosto e atrás da orelha, e se espalham pelo corpo.