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O Rio de 2000 mil anos. Portela faz um mergulho histórico da cidade através da visão indígena

Carnavalesca Márcia Lage comenta o desfile da Azul e Branca

Detalhe das alegoria número 3 da Portela
Detalhe das alegoria número 3 da Portela -
Um mergulho histórico dos movimentos de rua da Cidade Maravilhosa. Com o enredo Guajupiá, Terra Sem Males, a Portela leva para a Avenida um Rio de Janeiro de 2000 mil anos atrás, resgatando a história dos primeiros habitantes da cidade. Segundo a carnavalesca Márcia Lage, uma merecida homenagem ao povo indígena. "Nosso enredo é baseado no livro "O Rio Antes do Rio", do jornalista Rafael Freitas da Silva, com a proposta de contar essa história através de uma visão idílica. Vamos mostrar como era a vida e os costumes dos tupinambás, que também são nossos ancestrais e verdadeiros donos da terra", afirma.

Sob o comando do coreógrafo Carlinhos de Jesus, a comissão de frente promete levantar as arquibancadas da marquês de Sapucaí. "Fiquem de olho na comissão de frente, porque a mensagem vai chocar o público. Teremos também alas no setor final do desfile que mostram a destruição do paraíso idealizado pelos tupinambás e o caos urbano que assola o Rio hoje", adianta ela, fazendo uma comparação entre o Rio de hoje com o paraíso projetado pelos índios que aqui vivam. "Nosso enredo é quase todo baseado no Guajupiá dos tupinambás, uma terra sem males. Vamos retratar a fauna, a flora, as malocas e principalmente a vida em família dos índios. Podem aguardar uma Portela muito forte na Avenida", adianta Márcia. 

Além da homenagem, a Portela convida o público a uma reflexão sobre o lugar do povo indígena, que cada vez sobre opressão de representantes que tentam embranquece-los. "Nossa proposta é fazer uma reflexão. Como será o Rio se a natureza e os povos originários tivessem sido preservados? Queremos também preencher uma lacuna no carnaval, pois esse enfoque da temática indígena nunca foi abordado", conclui. 

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