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Guarda Municipal anuncia greve durante o Carnaval

Todo o efetivo deve aderir à paralisação que começa no dia 20. Agentes pedem cumprimento do plano de carreira e reajuste do ticket de alimentação

Guardas Municipais em estado de Greve,fazem passeata da sede da guarda até a prefeitura do Rio.  Av. Francisco Bicalho.
Guardas Municipais em estado de Greve,fazem passeata da sede da guarda até a prefeitura do Rio. Av. Francisco Bicalho. -
Rio - Faltando pouco mais de duas semanas para o Carnaval, a Guarda Municipal anunciou uma greve com início no próximo dia 20 e que vai se estender durante todo o período das festas. Ontem, cerca de mil guardas, que estavam de folga, marcharam da sede do órgão, em São Cristóvão, na Zona Norte, até a Prefeitura, na Cidade Nova, gritando palavras de ordem contra o prefeito Marcelo Crivella.

Durante o trajeto, os agentes se queixaram não só da atual condição de trabalho, mas também do descaso com as áreas de saúde e educação. Motoristas que passavam pelo comboio buzinavam em apoio aos manifestantes. Os guardas reivindicam o cumprimento das Leis 100/2009 e 135/2014, que garantem a promoção do efetivo, além do reajuste do ticket de alimentação.

De acordo com o presidente da Associação de Defesa e Amparo da Guarda Municipal, Rodrigo Oliveira, todo o efetivo deve aderir à greve e a falta da atuação dos agentes representa risco para a população.

“A função da Guarda é a segurança pública municipal. A gente trabalha no trânsito, no ordenamento urbano, na segurança da praia, da orla, na segurança pública de forma ampla. A greve é certa, é um anseio de toda a categoria, só não vai acontecer se o prefeito cumprir as leis. Sem a Guarda no Carnaval, o risco para a população é muito grande e nós não temos prazer nisso, mas não tivemos respeito e não temos condição moral de suportar o Carnaval”, afirmou o presidente.

Além dos guardas, um grupo de aprovados no concurso de 2012 também pedia pela convocação de cerca de 1.600 aprovados. Segundo o grupo, não há previsão para serem chamados, mesmo após terem feito os testes físico e psicotécnico.

“Até hoje, oito anos depois, não fomos convocados. Não existe um cronograma oficial, não existe um documento que mostra a nossa posição atual no concurso, não tem a previsão para convocação. Uma péssima gestão, uma falta de transparência e de respeito com o concursado. Muitos largaram seus empregos para entrar na Guarda. Agora, estamos sem emprego e sem previsão de nada, estamos no escuro”, lamentou Luiz Guilherme, 32, um dos aprovados no concurso.

A representante dos aprovados, Bruna Bernarda, de 32 anos, conta que no ano passado o grupo chegou a procurar o prefeito durante a inauguração de uma Clínica da Família, em Campo Grande, na Zona Oeste e em resposta aos pedidos dos manifestantes, o prefeito teria pedido para que eles orassem.

“O prefeito mandou nós concursados, que por lei temos direito à essas vagas, orarmos. Ele disse que no momento ele não tinha resposta para dar, que a resposta é orar. São 1.500 famílias esperando e dependendo desse concurso, e estamos esperando há oito anos. Depois de termos largado todos os nossos projetos, nossos trabalhos, termos estudado e passado em todos os testes, ele nos manda orar pelas vagas”, desabafou.

Em nota, a Guarda Municipal.