Mais Lidas

O mundo do circo na Passarela do Samba

Salgueiro homenageia primeiro palhaço negro brasileiro

Conhecido por seus desfiles com temáticas africanas, o Salgueiro promete surpreender a Sapucaí este ano com a estética fantástica do circo. Ao homenagear os 150 anos de Benjamim de Oliveira, o primeiro palhaço negro brasileiro, o carnavalesco Alex de Souza quer fazer da apresentação um verdadeiro cortejo circense. Nas alas, cerca de 50 artistas do Circo do Marcos Frota, como pernas de pau, contorcionistas e malabaristas, darão o tom da folia salgueirense para o público na Passarela do Samba.

"O universo do circo é uma novidade para o Salgueiro, mas mantém a âncora do negro como protagonista. Ter um negro iluminado por um refletor no palco, no picadeiro é fabuloso. É descolar uma figura sempre associada ao candomblé, ao Brasil Colonial, à África", explica Alex.

Além de ator, Benjamim foi músico, compositor, dançarino e pioneiro em encenar peças teatrais no picadeiro. "A história de Benjamim como artista começa aos 12 anos, quando ele foge de casa e acompanha um circo que estava na cidade. Ele sai de circo em circo, passa por uma trupe cigana e, quando substitui o palhaço, tem uma péssima repercussão, até ele entender como mexer com o público. E aos poucos, se torna a estrela da companhia", conta.

Segundo Alex, por não haver registros de como eram os circos por onde Benjamim passou, a representação será do fim do século 19 e início do século 20. "É um apanhado de atrações, figurinos e detalhes que remetem aquele circo universal, algo bem lúdico", detalha. "Espero que a gente consiga passar uma bela homenagem a um grande artista", acrescenta.