Mais Lidas

Facção em expansão

Atuação de milícias na Zona Oeste do Rio bateu recorde de denúncias em 2019

As denúncias contra milícias bateram recorde em 2019 na cidade do Rio e localidades da Zona Oeste lideram o ranking de ligações. É o que aponta um levantamento do Disque-Denúncia. Segundo Zeca Borges, coordenador do programa, de um total de 45.531 ligações, 7.601 (16%) faziam referência a grupos paramilitares.

No ranking geral de delitos denunciados ao telefone 2253-1177, a milícia saltou do quarto lugar em 2018, com 6.356 registros, para o segundo crime mais denunciado no Rio. O tráfico de drogas continua sendo o líder em denúncias, com 10.676 (23%) telefonemas.

No ano passado, a respeito das milícias, o bairro de Jacarepaguá foi o líder, com 680 ligações, muitas dessas sobre milicianos que agem na comunidade da Muzema, onde, em abril, dois prédios construídos pelos criminosos desabaram, deixando 24 mortos. Em seguida, ainda na Zona Oeste, os campeões de denúncias em relação a esse crime foram: Campo Grande, com 503, e Santa Cruz, com 401.

De acordo com o promotor Luiz Ayres, que investiga esse tipo de crime, milicianos mudaram a forma de matar. "Quando surgiram, eles largavam os mortos pela rua como forma de recado. E isso deixava rastros para a investigação. Agora, eles desaparecem com os corpos", disse.

Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), a Zona Oeste tem duas das cinco delegacias que mais registraram desaparecidos em 2019: Taquara (139) e Campo Grande (151). O Ministério Público do Rio denunciou 1.060 pessoas e prendeu 336 milicianos.