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Uma gigante na avenida

Viradouro terá abre-alas com 13 metros de altura e muitos efeitos especiais

A Viradouro promete um Carnaval grandioso. A agremiação de Niterói, vice-campeã no ano passado, levará para a Sapucaí o maior abre-alas da sua história — com 50 metros de comprimento e 13 de altura, equivalente a um prédio de quatro andares. E os carnavalescos Tarcísio Zanon e Marcus Ferreira vão abusar dos efeitos especiais. No primeiro setor, a saia de Iemanjá vai se transformar em uma cachoeira e o pede passagem levará Oxum lavando o brasão da Vermelha e Branca.

Única do Grupo Especial a receber subvenção — R$ 2,7 milhões da Prefeitura de Niterói —, a escola contará no enredo Viradouro de Alma Lavada a história das Ganhadeiras de Itapuã, grupo musical baiano oriundo das escravas de ganho. "É um grupo de mulheres que resgata e canta a cultura de suas ancestrais e já ganharam dois prêmios da música brasileira", explica Marcus. "Essas escravas de ganho, além de cumprirem as metas de seus senhores, adquiriam dinheiro através do excedente e alforriavam o seu povo. Eram tão poderosas que tinham mais de um marido. São consideradas, inclusive, as primeiras feministas do Brasil", completa Zanon. A ideia do enredo veio após a dupla ganhar um CD do grupo, dado pela atriz Zezé Motta.

O enredo da Viradouro passará por aspectos como a relação afetiva dessas mulheres com as águas de Itapuã, suas formas de ganho e manifestações culturais.

O quinto setor, que trata da fé, terá a imagem das Ganhadeiras lavando as escadarias da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, padroeira do bairro. "O carro terá uma grande santa. Do coração dela, sairá Oxum. Mostra a relação de respeito dessas mulheres entre as crenças e religiões", afirma Zanon.

A quinta geração do grupo, composto por 26 mulheres, será destaque na Sapucaí. "Na última alegoria, a coroa da Viradouro trará a grande matriarca do grupo, Tia Maria do Xindó. Ela deixa uma mensagem de bravura e igualdade para mulheres de todo país", detalha Marcus.