Mais Lidas

Teto chega a R$ 6.032,73

Corrigido apenas pelo INPC, mínimo fica em R$ 1.031 e impacta os benefícios

Os cerca de 11,7 milhões de aposentados e pensionistas do INSS que ganham mais que o salário mínimo (R$ 998) vão receber um reajuste de 3,31%. Com isso, o mínimo vai a R$ 1.031. Além do mínimo, aposentadorias, pensões e auxílios-doença do INSS também deverão subir para R$ 1.031, em 2020, de acordo com o valor aprovado pelo Congresso. Com o aumento, o teto previdenciário, valor máximo pago pelo instituto, deve ficar em R$ 6.032, 73. Essa é a primeira vez desde a criação do Plano Real, em 1994, que o piso nacional não terá aumento real. Ou seja, o mínimo será corrigido somente pela inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (INPC), que está em 3,31%.

Vale lembrar que, em 2018, o reajuste dos benefícios acima do mínimo foi de 2,07%, enquanto a variação do salário mínimo foi de apenas 1,81%. Esse foi o reajuste mais baixo que os aposentados tiveram em 24 anos.

"Talvez o dia que algum governo reconhecer que a Previdência é o maior programa de distribuição de renda do país, os benefícios sejam valorizados", lamentou João Batista Inocentini, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados e Idosos (Sindnapi). Para Yedda Gaspar, presidente da Federação das Associações de Aposentados do Estado (Faaperj), o reajuste é irrisório. "O que vemos é a precarização das aposentadorias. Esse reajuste não paga sequer os remédios que temos que tomar para permanecer vivos", critica.

O anúncio oficial do reajuste ocorre em janeiro. O INPC, que mede a variação de custo para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos, acumula alta de 3,22% entre janeiro e novembro.

Política definida ano a ano

A política de reajuste do salário mínimo será definida ano a ano, disse ontem o ministro da Economia, Paulo Guedes. Para ele, a decisão de governos anteriores de fixar aumentos plurianuais, tanto para o piso nacional quanto para servidores públicos, "não foi boa para o país".

Para 2020, Guedes afirmou que o poder de compra dos trabalhadores será assegurado, como manda a Constituição. Ele não descartou avaliar um aumento real no salário mínimo a ser pago a partir do ano que vem, mas reconheceu que o espaço no Orçamento é pouco — vários benefícios previdenciários são atrelados ao piso nacional. "Temos até 31 de dezembro para avaliar o salário mínimo. Não vamos fazer nada inconsequente." O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, estimou que um aumento real de 1% no salário mínimo teria impacto aproximado de R$ 4,5 bilhões nos gastos de 2020.

Comentários