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Golpes na catraca

Estelionatários usam cartões clonados para vender passagens de metrô, trens e ônibus

'Passagem? R$ 4 aqui na minha mão. Vai fechar com nós (sic), paizão? A passagem aqui é mais barata'. O anúncio, feito por um rapaz usando bermuda e camisa de time de futebol europeu, é mais do que tentador. Porém, por trás dessa suposta venda 'promocional' do bilhete que custa R$ 4,60 está o crime de estelionato, que é cometido tanto por quem vende como por quem compra a passagem de um cartão clonado.

Professor em Direito Penal, o advogado criminalista Carlos Fernando Maggiolo explica que o infrator que vende passagens em bilhetes clonados está automaticamente enquadrado nesse tipo de crime. Mas o especialista faz questão de lembrar que, nesse caso, a lei também se aplica ao comprador.

"O que acontece é que, em muitos casos, as pessoas alegam que não sabiam da fraude. Dizem que querem ajudar uma pessoa que precisa de dinheiro e, por isso, aceitam a proposta. Cabe à polícia investigar e, se identificar a participação, o passageiro irá responder como coautor do crime", explica o especialista.

Segundo Maggiolo, a pena aplicada para o crime de estelionato varia de um a cinco anos de prisão. "A oferta é tentadora, mas é ilegal. Alguém precisa tomar uma providência. Todos os dias é assim. Não fica apenas ele, outros também estão envolvidos. E quem sabe ele não trabalha aqui com a autorização de um dos seguranças? Tudo pode acontecer nesse mundo maluco", comentou uma passageira, sem se identificar.