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Lula volta pra casa

Ex-presidente deixa cadeia e critica 'lado podre' do Estado ao falar para militantes

O ex-presidente Lula defendeu sua inocência e criticou o esforço da Justiça, do Ministério Público e da PF de criminalizar a esquerda
O ex-presidente Lula defendeu sua inocência e criticou o esforço da Justiça, do Ministério Público e da PF de criminalizar a esquerda -

Do lado de fora da sede da Polícia Federal, uma multidão de simpatizantes, muitos que fizeram vigília em todos os 580 dias em que Luiz Inácio Lula da Silva ficou preso, aguardava a saída do líder petista. Nas redes sociais, líderes de esquerda de diferentes países comemoraram a libertação do ex-presidente. Lula saiu às 17h42 — pouco mais de uma hora depois da expedição do alvará de soltura pelo juiz Danilo Pereira Júnior, da 12ª Vara Federal de Curitiba.

A soltura ocorreu menos de 24 horas depois de o Supremo Tribunal Federal declarar inconstitucional a prisão após condenação em segunda instância. Também ontem, o ex-ministro José Dirceu e o ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo foram soltos.

Na primeira imagem de Lula livre, um longo abraço na filha Lurian. Lula fez um longo discurso, ainda na porta de PF, criticando com veemência o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, e o procurador da República e chefe da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dalagnol.

"O lado podre do Estado Brasileiro, da Justiça, do MP, da PF e da Receita trabalharam para tentar criminalizar a esquerda", disse. Depois, agradeceu o apoio dos militantes. "Vocês eram o alimento da democracia para eu resistir. Eles tentaram matar uma ideia e uma ideia não se mata", declarou.

O presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, tuitou: "Comove a força de Lula para enfrentar essa perseguição". O senador americano Bernie Sanders saudou Lula. "A verdade triunfou no Brasil", escreveu o presidente venezuelano Nicolás Maduro.