Agente da lei?

O homem que desceu do carro da autônoma Karla Vasconcellos, presa após atropelar e matar um jovem de 24 anos ao fugir, bêbada, de uma blitz da Lei Seca, em Sulacap, foi identificado como agente do programa Méier Presente. Apesar de não ter sido indiciado, ele vai responder a uma sindicância, segundo a Corregedoria da Secretaria de Governo, e pode ser expulso da função.

Karla foi presa na terça-feira, após ficar dois dias foragida pela morte de Jonatan da Silva. No dia seguinte à prisão, o agente fez contato com a delegacia e confirmou que passou a noite com a mulher ingerindo bebida alcoólica. Segundo ele, Karla, que é casada com um sargento da PM, passava por uma crise conjugal. Ele confirmou que se escondeu no mato por medo do marido dela.

Em suas redes sociais, o agente divulga fotos e vídeos do policiamento que realiza. Egresso do Exército, ele usa em sua farda símbolos de cursos, como o de "Paraquedista" e de "Guerra na Selva".

Em um dos registros, fardado, ele hasteia a bandeira brasileira, com a legenda da foto "Viva Ustra", em referência ao ex-chefe do DOI-Codi e principal torturador da ditadura militar.

"É um absurdo, ele sendo um agente da lei fugir do local sem prestar socorro", afirmou o tio de Jonatan, Ricardo Ferreira. Ainda segundo Ricardo, na delegacia, o agente teria omitido sua profissão, identificando-se como técnico de informática. A polícia desconfiava que o homem que havia descido do carro pudesse ser o sargento da PM, marido de Karla Vasconcellos, e chegou a convidá-lo para depor. Ele sempre negou.