O temido reajuste de 2% para os salários dos profissionais de Educação Física, considerado o mais baixo para a categoria no país, está valendo. O índice, retroativo a maio, foi aprovado ontem em assembleia do Sindicato das Academias do Município do Rio de Janeiro (Sindacad), que autorizou sua inclusão na convenção coletiva a ser firmada com o Sindicato dos Profissionais de Educação Física do Rio de Janeiro (SINPEF-RJ). Cerca de 50 mil profissionais serão afetados: atualmente, eles recebem R$ 10,80 por hora/aula.
Mas não foi só isso. Por 37 votos a 10, aprovou-se a proposta de limitar em 40 o número de alunos por professor nas academias. Fontes do setor estão preocupadas. Segundo elas, a medida resultará na maior leva de demissão de profissionais da história no Rio.
Por trás da manobra, articulada pela presidente do Sindacad, Zezé Dale, estariam os interesses das academias de mensalidades mais caras, destinadas a público de alto poder aquisitivo. "Depois de perder espaço no mercado para as redes populares, essas academias tentaram eliminar a concorrência agora no tapetão", disse um profissional da área que não quis se identificar.
A barganha entre as entidades — aprovação da limitação de alunos em troca do apoio ao reajuste salarial de 2% — é o que está desagradando a categoria. Vale lembrar que o CREF1-RJ/ES já vinha tentando emplacar este limite por meio da Resolução 106/19, que já havia sido considerada inconstitucional.
O SINPEF-RJ também faz coro para a inclusão da norma na convenção coletiva, mas sem o apoio dos profissionais de Educação Física, considerando que não houve discussões com a categoria sobre essa questão.
Procurado pelo MEIA HORA, o Sindacad não se pronunciou sobre o assunto.
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