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Nossa Santa Dulce

'Anjo Bom da Bahia' será canonizada hoje, em Roma, pelo Papa Francisco

Rio, 09/10/2019 -  Canonizacao de Irma Dulce. Paroquia da Resurreicao, Ipanema, Zona Sul do Rio. Na Foto Maria Cristina Sa, devota e amiga da Santa. Foto: Ricardo Cassiano/Agencia O Dia
Rio, 09/10/2019 - Canonizacao de Irma Dulce. Paroquia da Resurreicao, Ipanema, Zona Sul do Rio. Na Foto Maria Cristina Sa, devota e amiga da Santa. Foto: Ricardo Cassiano/Agencia O Dia -

Para quem tem fé, os mistérios são inexplicáveis. Em 1949, Irmã Dulce, a freira baiana que será consagrada hoje a primeira santa mulher nascida no Brasil, retirou 70 doentes das ruas e os abrigou em um galinheiro do convento. Setenta anos depois, a devota Maria Christina Sá, de 87, que conviveu, na década de 1960, com aquela que já era chamada de 'Anjo Bom da Bahia', presenteou a Paróquia da Ressurreição, em Ipanema, na Zona sul do Rio, com uma imagem trazida de Salvador. Um antigo galinheiro nos fundos da igreja até leva os fiéis a crerem que Santa Dulce dos Pobres escolheu o lugar para abençoar o povo carioca. Hoje, às 10h30, a paróquia celebrará uma missa na intenção da mais nova santa católica.

A cerimônia de canonização será presidida pelo Papa Francisco, em Roma, a partir das 5h (horário de Brasília). Professora aposentada, a carioca Maria Christina conheceu Irmã Dulce em 1961, quando se mudou para a Bahia com o marido.

"Bati na porta onde ela ficava com as religiosas e disse: Gostaria muito de trabalhar com a senhora. Era um casarão, onde abrigava os meninos de rua, que são os capitães da areia de Jorge Amado", conta. Maria Christina decidiu somar forças para ampliar o projeto, que tinha estrutura improvisada e virou um complexo de saúde com 3,5 milhões de atendimentos gratuitos por ano, as Obras Sociais Irmã Dulce (OSID).

Quando voltou a morar no Rio, na década de 1970, Maria Christina deu continuidade ao trabalho com moradores de rua. Em uma véspera de Natal, ela e Dom Eugênio Sales levaram 30 meninos e meninas para dormir em uma escola no Catete. Foi o ponto de partida da Pastoral do Menor do Rio, fundada em 1984. "Dom Eugênio pediu um terreno a Leonel Brizola para construir uma casa para meninos de rua. Fizemos em 100 dias. Começamos a experiência que aprendi com Irmã Dulce", ressalta.