Mais Lidas

População refém

Guerra de facções criminosas no Complexo da Pedreira inferniza vida de 65 mil pessoas

mh_chapadao
mh_chapadao -

Atrás das linhas inimigas, são quase 65 mil pessoas acuadas. Milhares de crianças, idosos e trabalhadores viraram reféns da rivalidade entre duas facções que decidiram entrar em guerra pelo domínio do tráfico e do roubo de cargas na região de Costa Barros, na Zona Norte. Da noite para o dia, a quadrilha do Complexo do Chapadão invadiu e tomou quase todo o Complexo da Pedreira. A guerra, por enquanto, deixou três mortos, seis feridos, sete ônibus incendiados e um bairro inteiro apavorado.

"O clima estava tenso. Muita gente não conseguiu voltar para casa. Abriguei três pessoas na minha casa", contou um morador.

A polícia, que só conseguiu entrar nas comunidades ontem de manhã, revelou que a ordem para tomar os pontos de venda de drogas no Complexo da Pedreira foi dada pelo traficante Edmílson Ferreira dos Santos, o Sassá, que comandou a Pedreira até 2018, quando foi preso.

Sassá decidiu retomar a Pedreira após a prisão do então chefe do tráfico na comunidade, Emerson Brasil da Silva, o 'Raro' ou 'Baixinho', do Terceiro Comando Puro (TCP), mês passado. Sassá acionou os aliados do Chapadão, do Comando Vermelho (CV), e a guerra explodiu.

O governador Wilson Witzel (PSC) disse que "as facções criminosas fazem a população de escudo e fazem a guerra quando querem. Fazem a guerra no alto do morro, matam e enterram os corpos por lá mesmo, a população não tem coragem de falar".