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Matança em N. Iguaçu

Dois irmãos e um primo estão entre 7 mortos em menos de 24 horas

Dois irmãos adolescentes e um primo deles foram executados, na madrugada de ontem, no bairro Miguel couto, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Além deles, outras quatro pessoas foram mortas na região, entre a manhã de sexta-feira e a madrugada de ontem, três delas em confronto com policiais militares.

Os jovens mortos na madrugada de ontem, Fabrício Vitor Veiga da Silva, de 15 anos, seu irmão, Luiz Felipe da Silva Mesquita, de 17, e o primo dos dois, Breno da Silva Pimentel, de 18, foram executados com tiros na cabeça e os corpos encontrados em um terreno colado à sede do Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO) do bairro, na Rua Professora Marli Pereira de Carvalho. Um quarto corpo, do carroceiro Oswaldo Severino da Silva, de 51 anos, foi encontrado na Rua Curtidor, a menos de um quilômetro do local, mas, segundo a polícia, os dois casos não têm ligação.

Viúva de Oswaldo, a cabeleireira Adriana dos Santos Almeida, de 48 anos, disse que os assassinos, que estavam encapuzados, arrombaram a porta da casa deles, em Belford Roxo, por volta de 2h30. "Eles falaram que estavam procurando drogas e armas e bateram muito no meu marido. Tudo aconteceu na sala, mas eu fui obrigada a ficar no quarto, com a cabeça coberta. De repente deram um tiro. Só um", conta. O corpo foi levado e encontrado logo depois, em Nova Iguaçu.

Na sexta-feira de manhã, três suspeitos já haviam morrido durante um confronto com policiais do 20º BPM (Mesquita), no bairro Inconfidência.

Região marcada por chacinas

A região onde aconteceram as mortes é marcada por chacinas. No dia 13 de fevereiro deste ano, nove jovens foram assassinados entre bairros de Nova Iguaçu e de Queimados. A principal suspeita da polícia é de que os crimes tenham sido cometidos por um grupo de milicianos que atua na região.

Em março de 2005, a região foi marcada por uma das maiores chacinas do estado, quando 29 pessoas foram assassinadas, também entre Nova Iguaçu e Queimados. Entre as vítimas havia crianças e estudantes, escolhidos aleatoriamente. O Ministério Público denunciou 11 policiais militares na época, mas apenas cinco foram condenados.