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Cadê o VLT daqui?

Enquanto consórcio e prefeitura brigam, comerciantes amargam prejuízos

O abandono da Linha 3 do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que ligaria a Central do Brasil ao Aeroporto Santos Dumont, pela Avenida Marechal Floriano, no Centro do Rio, já completou nove meses. A estagnação do projeto, cuja obra foi concluída no dia 15 de dezembro de 2018 e só não foi inaugurada ainda por falta de autorização da prefeitura, prejudica passageiros e comerciantes, além de colocar em risco o futuro do transporte.

Enquanto isso, o VLT acumula prejuízos que ultrapassam R$ 80 mil relativos a furtos de equipamentos no trecho sem utilização. Quarenta mil pessoas deixam de ser transportadas por dia, e os comerciantes estimam que cerca de 50 lojas fecharam na Marechal Floriano desde o início das obras da Linha 3.

Ao longo da Avenida Marechal Floriano, onde duas das três novas estações foram construídas, o cenário é de degradação. Os vidros das estações estão pichados e há casos registrados de furtos de cabos e de controladores de sinalização semafórica.

Em janeiro, a Prefeitura do Rio prometeu regularizar uma dívida com a concessionária e inaugurar o trecho até fevereiro. De acordo com o Consórcio VLT Carioca, os pagamentos atrasados, relacionados ao retorno do investimento feito durante as obras, previsto em contrato, já ultrapassam os R$ 160 milhões. Em maio, a empresa pediu autorização para inaugurar a Linha 3 antes mesmo da regularização, mas a prefeitura decidiu não liberar a operação enquanto não renegociar o contrato. Desde julho, a empresa tenta devolver a concessão na Justiça.