Mais Lidas

PESADELO

Jovem foi torturada por 17 dias pelo ex, um PM

Um olhar de tristeza e dor: vítima  acreditou que seria feliz ao reatar com o ex-companheiro
Um olhar de tristeza e dor: vítima acreditou que seria feliz ao reatar com o ex-companheiro -

Uma casa fechada, com pouca luz e pichações com o nome do casal. Assim era o cativeiro onde uma jovem de 23 anos — que prefere não se identificar — foi torturada pelo marido, o sargento da PM Daniel Deglmann, de 43 anos, durante os 17 primeiros dias de agosto, no bairro Pauliceia, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. As agressões físicas e psicológicas eram cometidas por ciúmes.

O policial, lotado no 16º BPM (Olaria) foi preso no dia 23, seis dias após torturar a vítima por quase 20 horas, pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Duque de Caxias. A especializada é a que mais registrou crimes contra mulheres este ano.

"A dor que você está sentindo, eu estou sentindo em dobro. Não acha que está sendo punida com pouco, não? O que eu estou sentindo é pior", dizia o agressor, enquanto torturava a jovem, que era obrigada a tomar remédios controlados. Os dois moraram juntos por sete anos, quando ela decidiu dar um basta e se mudou para o Espírito Santo. Mas sete meses depois aceitou convite para sair com o ex-marido e acabou sedada. Quando acordou, já estava no cativeiro.

Uma vizinha a salvou num descuido do PM, que foi preso por tortura e cárcere privado.

A vítima teve que sair do Rio, mas ainda sente medo. "Eu ainda vivo presa. Antes era por ele, agora é com medo. Ainda não consigo seguir a minha vida", desabafa.