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Mulheres ao volante

Femi reúne passageiras e condutoras no WhatsApp para transporte executivo

Motorista de aplicativo desde 2018, Marcela Andrade, de 27 anos, sofreu com assédios e foi até assaltada por passageiros. Decidida a não mais transportar homens, criou em março passado a Femi, empresa de transporte executivo exclusivo para as mulheres na Ilha do Governador, na Zona Norte. "Estava sofrendo muito com passageiros homens. Uma vez, peguei um casal em Niterói e o cara, com a esposa do lado, estava me mandando mensagens pelo aplicativo, enviando o número dele, dando em cima de mim. Fiquei muito desconfortável", lembra.

Marcela foi demitida do emprego de maquiadora ao voltar de licença maternidade e viu no no volante uma alternativa de trabalho. Até que no Carnaval passado ela foi novamente assediada e assaltada. "Peguei uma corrida da Avenida Brasil, no Parque União, para Copacabana, com um cara muito estranho. Eu me tremi o caminho inteiro. Ele foi me fazendo perguntas e elogios, oferecendo coisas, e, no final, ainda roubou meu celular", conta.

Atualmente a Femi tem 42 motoristas cadastradas e mais de cinco mil passageiras, reunidas em 20 grupos de WhatsApp. Homens só embarcam se estiverem acompanhando a mulher que pede a corrida.