Nem as máquinas eletrônicas de fiscalização intimidaram os calotes no BRT. Ontem, primeiro dia de funcionamento do sistema, foram aplicadas 51 multas com a conferência do validador de cartões, número inexpressivo em comparação aos desfalques registrados no sistema. O BRT estima um prejuízo de R$ 5 milhões por mês, causado por cerca de 74 mil calotes, média superior a 2.460 infrações por dia.
A reportagem do MEIA HORA flagrou a entrada irregular de pelo menos dez pessoas em apenas cinco minutos nas laterais da estação Salvador Allende, no corredor Transoeste. Os agentes do sistema e guardas municipais, que passaram a trabalhar em conjunto nos articulados e nas estações para verificar calotes, também estiveram em outras três estações.
Homens, mulheres e até um adolescente foram flagrados e autuados por guardas municipais. Alguns pagaram passagem e embarcaram. Os que não tinham dinheiro foram retirados da estação. O novo sistema é similar ao que é feito pelo VLT, com multa de R$ 170. Se o infrator não pagar, o nome dele será incluído na Dívida Ativa do Município.
No novo modelo de fiscalização, o passageiro pode ser multado no desembarque, quando o fiscal solicita o cartão dele para verificar se a passagem foi paga. "Com a maquininha, o agente vai identificar mais pessoas. Apenas queremos que as pessoas paguem", explica André Ormond, diretor de operações do BRT.