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A revolta é geral

Moradores e comerciantes sofrem com milicianos

Cartaz colado em árvore fornece número de delegacia para denúncias
Cartaz colado em árvore fornece número de delegacia para denúncias -

Um mês após intensos conflitos entre traficantes e milicianos, quem mora na Praça Seca e região ainda convive com o medo. Circula nas redes sociais um cartaz, supostamente feito por moradores de condomínios do bairro, pedindo o fim de cobranças feitas por milicianos. Segundo o aplicativo Fogo Cruzado, a Praça Seca é a localidade com maior incidência de tiroteios da capital neste ano.

"Chega de opressão. Denuncie a milícia. Estamos cansados com tanta violência. Zona Oeste e Zona Norte choram. Cadeia nesses milicianos. Chega de tiroteios. Diga não ao pagamento de pedágios para milicianos", são as frases do cartaz (foto), que inclui um telefone da Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco).

"Eles estão batendo de porta em porta para cobrar os R$ 50. Se o imóvel for de alto padrão, o valor pode até aumentar. A desculpa deles é que se trata de uma taxa de segurança", revela um morador, que reside na Praça Seca há mais de 20 anos e preferiu não se identificar.

No topo do ranking do aplicativo Fogo Cruzado, a Praça Seca tem 33 registros de tiroteios em abril, à frente da Vila Kennedy (28) e de Madureira (25), cujo conflito tem motivação semelhante quanto à presença de paramilitares. A Polícia Civil abriu inquéritos para apurar a ação da milícia na região.

No dia 11 de abril, o governador Wilson Witzel (PSC), prometeu ocupar as comunidades da Praça Seca para pôr fim à guerra armada na região. A proposta foi feita durante solenidade na Cidade da Polícia. Mas, até o momento, nenhuma medida foi tomada.