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Prefeitura lacra cinco cemitérios em Caxias e famílias de mortos recorrem a cidade vizinhas

Quem quiser enterrar os corpos dos seus entes queridos na região só poderão fazer o sepultamento mediante liminar na Justiça

Andreia Sobreira (de óculos) ficou perdida em meio ao impasse entre a prefeitura e a concessionária:
Andreia Sobreira (de óculos) ficou perdida em meio ao impasse entre a prefeitura e a concessionária: "Não estamos conseguindo o enterro" -

Rio - A partir desta quarta-feira, as famílias que quiserem enterrar os corpos dos seus entes queridos em Caxias só poderão fazer o sepultamento mediante liminar na Justiça. Na noite de terça-feira, no segundo dia de impasse com a concessionária que administra os cinco cemitérios da cidade, a prefeitura decidiu lacrar os locais, alegando uma série de irregularidades cometidas pela empresa, incluindo atrasos no enterro de mortos com direito à gratuidade.

Desde domingo, famílias já recorrem a cemitérios de cidades vizinhas. "Estamos tentando enterrar a filha de uma amiga há quase 24 horas. Por conta da burocracia, vamos tentar enterrá-la no Cemitério de Bongaba (em Magé). Não estamos conseguindo enterrar aqui em Caxias porque uns dizem que os cemitérios estão funcionando e outros dizem que não", contou, na terça, a comerciante Andreia Sobreira, de 48 anos.

A vendedora Luciana Valentim, de 34 anos, que perdeu um familiar, fez um apelo: "O Ministério Público tem que nos ajudar. É uma falta de respeito. Não estamos conseguindo dar enterro digno aos nossos parentes".

A família do jardineiro Delmar Farias Júnior, morto por bala perdida, aos 17 anos, no dia 3, só conseguiu enterrá-lo nesta terça-feira, no Cemitério Nossa Senhora de Fátima, em Jardim Imbariê.

A concessionária AG-R Eye Obelisco Serviços Funerários negou as irregularidades e anunciou que contestará a Prefeitura de Caxias na Justiça.