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Witzel: penas de 50 anos

Governador vai recorrer a Moro para manter traficantes na cadeia

Witzel recebe faixa de governador das mãos de Francisco Dornelles
Witzel recebe faixa de governador das mãos de Francisco Dornelles -

O novo governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), manteve o tom de enfrentamento a traficantes de drogas e de defesa de austeridade orçamentária no discurso da cerimônia de transmissão do cargo, ontem, no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio. Wilson Witzel recebeu a faixa governamental do ex-governador em exercício Francisco Dornelles (PP) e deu posse aos secretários que vão integrar sua equipe. Ele fez questão de mandar confeccionar o símbolo, que havia caído em desuso nos ritos de posse no estado.

O ex-juiz federal, que ao longo da campanha defendeu o "abate de traficantes armados", ressaltou que criminosos com fuzis não poderão mais ser tratados "de forma romântica". "O crime organizado não pode mais estar com a liberdade que dispõe hoje de portar armas de guerra, de fazer refém a sociedade e ser tratado de forma romântica como sujeitos que não tiveram oportunidades. Todos tivemos oportunidades. Todos aqueles que querem estudar e trabalhar encontrarão seu caminho e nós vamos ajudar a diminuir o desemprego", declarou.

Após o discurso, o governador disse que pediu ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, a regulamentação da Lei Antiterrorismo, com o objetivo de aumentar as penas de traficantes, e a federalização de uma das unidades prisionais do estado. Comentou ainda que imagens de drones com monitoramento eletrônico adquiridos pelo Gabinete de Intervenção Federal serão usadas para fins judiciais, para auxiliar em buscas, apreensões e prisões.

"No meu ponto de vista, não existe necessidade de mudar a lei. Quem está com fuzil na mão é ameaça e como ameaça deve ser tratado. Eu estou propondo ao Congresso Nacional através da nossa bancada, e conversei com o ministro Sérgio Moro, para regulamentar a Lei Antiterrorismo, onde as pessoas que estejam no comando do crime organizado sejam tratadas com mais rigor em presídios, sem qualquer regalia, sem visitas, com advogados públicos e com tempo de prisão além dos 30 anos máximos. Alongar isso para 50 anos para o crime organizado", declarou.

Este ano, a transferência do cargo, que ocorre sempre no primeiro dia do ano, foi adiada para que Witzel pudesse ir à posse de Jair Bolsonaro (PSL). Representantes de diversas religiões participaram da cerimônia no Palácio e fizeram preces. O governador assistiu ao desfile da guarda palaciana e reverenciou a bandeira.

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