Polícia investiga o Vasco sobre venda do atacante Paulinho

A conduta do Vasco na venda do atacante Paulinho ao Bayer Leverkusen, da Alemanha, em abril do ano passado, virou alvo de investigação da Polícia Civil. A Delegacia de Defraudações investiga se o Gigante da Colina e o Banco Paulista, instituição usada pelo clube para receber os 18,5 milhões de euros (R$ 76 milhões no câmbio da época), criaram uma estratégia para driblar os credores.

O inquérito, de acordo com informações do site Globoesporte.com, foi aberto no dia 12 e pretende esclarecer se houve irregularidades no negócio conduzido pelo presidente Alexandre Campelo em parceria com a instituição financeira, que tem sede em São Paulo.

Segundo as apurações iniciais, quando o Vasco os serviços do Banco Paulista, o dinheiro da transação fica no exterior — no caso da venda de Paulinho, a grana ficou na agência do Bank of America, em Londres, na Inglaterra, escapando assim do radar do Bacenjud, sistema eletrônico que conecta o Judiciário ao Banco Central. Por meio dele, juízes cadastrados podem realizar bloqueio de conta bancária dos devedores para beneficiar os credores. Neste período, dezenas de ex-funcionários e empresas ficaram sem receber do Vasco, mesmo apoiados por decisão judicial. Até zerar a conta em agosto do ano passado, o Vasco fez 20 transferências.

Além de Londres, o banco informa no seu site que também tem como instituição centralizadora, em moda estrangeira, o Bank of America em Nova Iorque, nos Estados Unidos.

O Banco Paulista informou que “detalhes a respeito de operações financeiras são protegidos por sigilo bancário, mas destaca que todas as suas operações cumprem a legislação cambial”. Já o Vasco, por intermédio de nota oficial, destacou que a conta utilizada no Banco Paulista já estava no nome do clube antes de Alexandre Campelo assumir a administração. O Gigante da Colina diz, ainda, que "todas as acusações irresponsáveis e criminosas vazadas nesse caso, serão objeto de representação para apurar a prática do crime de denunciação caluniosa, além das ações indenizatórias cabíveis à espécie.