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O Indiana Jones do Flamengo: torcedor pretende chegar a Lima por dentro da Amazônia

Trajeto, que será feito de táxi e van, passa por cidades do Acre e do Peru

Rafael Rocha vai passar por cinco cidades até chegar a Lima
Rafael Rocha vai passar por cinco cidades até chegar a Lima -
O objetivo é chegar em Lima até a tarde de sábado, próximo ao horário do jogo entre Flamengo e River Plate. O plano está traçado, mas os possíveis imprevistos são dignos de um filme de aventura. Uma turma de três rubro-negros planeja chegar à capital peruana por dentro da Amazônia, cruzando estradas, matas e pequenas cidades do Brasil e do Peru. Perto deles, o clássico aventureiro Indiana Jones parece um escoteiro.
Avião, táxi, van, carona, caminhada, tanto faz: o que andar para a frente é válido. O itinerário passa por reservas ambientais, pequenas cidades do interior do Acre e até territórios indígenas no Peru. Rafael Rocha, 44, professor universitário no Rio, tem o roteiro. Ele viaja sexta-feira (22) nas primeiras horas da manhã. "É a maior aventura. Não tenho nada certo, mas já tenho mapeado. Vou de táxi do aeroporto de Rio Branco (AC) até Assis Brasil (163 km). De lá, pego uma primeira van até Xapuri (184 km). De Xapuri até Iñapari (182 km) eu pegarei um Uber. A estrada corta por dentro de um parque ecológico, já dentro do Peru", explicou. Essa foi a primeira parte.
"De Iñapari até Puerto Maldonado (229 km) eu vou de van. Aí, em Puerto Maldonado eu tenho um voo de uma hora até Lima. Vai ser uma loucura. Esse trajeto tem mais de 400 km e dura oito horas. Eu tenho 24 horas para fazer. Então, estou acreditando que eu vou conseguir", completa. A epopeia vai aliviar o bolso.  "Logo que saiu o local da decisão eu vi os preços e estavam absurdos. Pulou de R$ 2 mil para R$ 10 mil. Abri o mapa da América do Sul e fiquei traçando rotas. Vi que pelo Acre era mais rápido". Rafael e os amigos farão o mesmo caminho para voltar ao Brasil.
Professor e colecionador de camisas do Flamengo
Na bagagem, além do ingresso, Rafael leva três 'Mantos Sagrados'. Quase nada comparado ao impressionante acervo de 370 camisas de jogo do Flamengo, tamanho adulto - são outras 300 de tamanho infantil. No dia do jogo, para não dar sopa ao azar, pretende usar a mesma que usou durante toda a Libertadores - a mesma que os jogadores entraram em campo entre 1988 e 1992.
"Estou levando outra de 1981. O critério é justamente o afeto. Elas me remetem à década de 1980. Me lembra muito meu pai. A que vou usar no dia do jogo é minha camisa da sorte". Apesar do apego, Rafael garante que trocaria a coleção pelo título da Libertadores. "É duro falar isso para um colecionador. Mas, acho que trocaria. Minha coleção jamais vai ser maior do que o Flamengo. Mais importante para mim é a grandeza do meu clube".