A Justiça do Paraguai decidiu, numa audiência de mais de quatro horas, ontem, manter Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Assis, presos pelo uso de documentos falsos paraguaios — passaportes e cédulas de identidade. Assim, eles seguirão em reclusão no Grupamento Especializado da Polícia Nacional do Paraguai, em Assunção, a capital.
Sob a alegação de "risco de fuga e que o Brasil não extradita seus cidadãos", o promotor Osmar Legal pediu a manutenção da prisão preventiva de Ronaldinho e Assis, que foi dada pela juíza Clara Ruíz Díaz.
A defesa dos brasileiros alegou que Assis tem um problema no coração e precisa de cuidados médicos. Não foram apresentados exames ou atestados exigidos pela lei paraguaia. E ainda tentou transformar o caso em prisão domiciliar, mas sem sucesso.
Pouco depois de prestar depoimento no Palácio de Justiça, em Assunção, Ronaldinho Gaúcho foi detido na noite de sexta-feira por autoridades paraguaias, junto com Assis. Os dois irmãos passaram a noite em uma cela do Grupamento Especializado da Polícia Nacional, que tem prisão de segurança máxima e recebe presos de maior relevância.
Na audiência de sexta-feira, que durou cerca de seis horas, o juiz Mirko Valinotti, do Juizado Penal de Garantias de Assunção, não aceitou a tese do Ministério Público do Paraguai, que considerava os dois brasileiros livres de processo por terem colaborado com a investigação e terem, supostamente, sido enganados em "sua boa fé". Valinotti estipulou dez dias de prazo para o MP investigar o caso e dar seu parecer definitivo.
O caso se desdobra desde a noite de quarta-feira, quando Ronaldinho e Assis foram alvos de busca da polícia do Paraguai no quarto de hotel de luxo em que estavam hospedados, pelo uso de uma identidade e um passaporte paraguaios, ambos falsos. Os dois irmãos foram ao Paraguai para promover a biografia de R10, "Gênio da Vida", e participar de um projeto social para crianças e de outro em apoio a um cassino.