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Racismo na Itália

Cartola dá declaração preconceituosa sobre Balotelli

O colombiano Yony González se joga para fazer o gol da vitória do Fluminense no Rei Pelé
O colombiano Yony González se joga para fazer o gol da vitória do Fluminense no Rei Pelé -

Ao mesmo tempo em que o futebol europeu luta para eliminar de vez as manifestações racistas nos estádios, o presidente do Brescia, da Itália, Massimo Cellino, marcou um tremendo gol contra ao falar sobre o atacante Balotelli, que defende o seu clube.

Questionado sobre o episódio vivido pelo jogador há três semanas, quando Balotelli reagiu às ofensas da torcida do Hellas Verona, o dirigente deu uma declaração preconceituosa. "É negro, está trabalhando para clarear, mas está com dificuldade", afirmou Cellino durante uma conversa com a imprensa antes da coletiva com presidentes de clubes italianos.

O cartola comentou a situação do astro, punido com a exclusão da partida contra a Roma, no fim de semana, depois de ser expulso de um treino do Brescia. "Trouxe ele porque achei que poderia agregar valor. Em vez disso, está se tornando um ponto de fraqueza por conta da superexposição na mídia. Ele tem que dar respostas no campo e não nas redes sociais. Mas não é o bode expiatório para as dificuldades pelas quais o time está passando", disse Cellino.

Diante da repercussão muito negativa das suas palavras, o dirigente voltou a se pronunciar, mas em nenhum momento pediu desculpas pelas declarações. Muito pelo contrário. "Se você escrever todo o lixo que eu digo, não vai parar. Não tenho que limpar meu nome em relação a algo que não acredito. Se eu esclarecer as coisas, causarei mais danos. As boas pessoas me conhecem", disse à Agência ANSA.

O Brescia, por intermédio de nota oficial, classificou o episódio como "uma piada paradoxal, claramente incompreendida, divulgada na tentativa de neutralizar a exposição excessiva da mídia e com intenção para proteger o próprio jogador".