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'Vai ser como se eu também estivesse lá'

O histórico Flamengo de 1981, que conquistou a Libertadores e o Mundial de Clubes, se destacava pelo talento de Zico e companhia com a bola nos pés. Mas debaixo das traves, o goleiro Raul Plassmann passava a segurança necessária para que aquele time pudesse jogar o futebol que encantou o mundo na década de 80, com direito a três títulos brasileiros em quatro anos (1980, 1982 e 1983). Eternizado na memória dos rubro-negros, ele vive agora a sensação de estar na torcida para que a história se repita depois de 38 anos.

Como é ver o Flamengo de volta à final da Libertadores depois de 38 anos, agora longe dos gramados?

Fico feliz. Ficamos esperando durante muito tempo, mas chegou a hora. Fez o melhor time do Brasil. Agora, tem que provar dentro de campo.

Esse time pode chegar ao nível daquele de 81, que conquistou a Libertadores e o Mundial de Clubes?

Depois que ganhar tudo, podemos começar a conversar. Esse time é muito bom, tem bons valores, como Gabigol e Bruno Henrique, mas a gente tinha um diferencial, que era o Zico. Não tem ninguém como Zico, Leandro, Júnior... Esses caras faziam a diferença. Não tem como comparar.

Há 38 anos, a final foi contra o Cobreloa-CHI. Desta vez, é contra o River Plate, atual campeão da América. O que você espera da partida?

Se tudo correr normalmente e der a lógica, dá Flamengo. O time está encaixado, jogando muito bem. Mas a decisão tem outros ingredientes que podem mudar o rumo desse jogo. O River é um time cascudo, foi campeão no ano passado, mas estou confiante.

Como você avalia os goleiros do Flamengo, principalmente Diego Alves, titular em toda a campanha na Libertadores?

O Flamengo está muito bem servido de goleiros. Tanto o Diego Alves, que fez uma carreira internacional, quanto o César, que não compromete quando entra, estão à altura do clube. Sempre que o Flamengo ganha um título, tem um goleiro à altura do clube, como Zé Carlos, Gilmar...

O técnico Jorge Jesus chegou há apenas cinco meses e já é idolatrado pela torcida. Qual é a importância dele nessa campanha?

Se colocar o Jesus aqui no Vila Nova (MG), não vai adiantar nada. É necessário ter jogadores de qualidade. O técnico tem que saber o que deve ser feito. Ele tem comando, cobra muito. Ele cobra o máximo que cada um tem para dar. Eu diria que a responsabilidade é 20% do Jesus e 80% do time, mas sem tirar o mérito. Se ele não tivesse capacidade, perderia os jogos. Para o talento, não se diz nada. Técnico é mais necessário para time ruim. Precisa ter comando, mas quem resolve é o jogador.

Como será a torcida no dia da final?

Vou jogar junto do Diego Alves, como se estivesse ao lado dele. Quando entrarem em campo, vai ser como se eu também estivesse lá, como em 81.