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Vereador tenta proibir VAR no Rio e abre polêmica na cidade

O VAR tem causado irritação, enquanto tenta se ajustar
O VAR tem causado irritação, enquanto tenta se ajustar -

Um projeto de lei que propõe a proibição do VAR (árbitro de vídeo) em jogos no município do Rio de Janeiro abriu uma grande polêmica, ontem. Poucas horas após publicar seu projeto no Diário Oficial da Câmara dos Vereadores, o vereador Zico (PTB) teve o texto devolvido pelo presidente da casa, Jorge Felippe (MDB), sob o argumento de que esta não é atribuição da Câmara. Zico, no entanto, anunciou que vai apresentar um recurso, hoje. "Vou levar (o projeto) para votação no plenário", disse, em entrevista por telefone ao MEIA HORA.

A intenção é acabar com o VAR em partidas organizadas pela Federação do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), no município, sob a alegação de que, "apesar de ser uma tecnologia muito cara, o árbitro de vídeo não tem contribuído para a melhoria do futebol".

O advogado Michel Assef Filho, especializado em direito esportivo, disse à reportagem que é inadmissível tal pretensão, do ponto de vista jurídico. "Não há qualquer cabimento de uma lei municipal interferir na utilização do VAR em jogos no Rio de Janeiro", declarou.

Além do custo, Zico também criticou a demora na tomada de decisões e alguns "julgamentos incoerentes e duvidosos", o que prejudica o espetáculo e o torcedor.

 

Ferj: 'Projeto sem sentido'

 

Para o vereador Zico, que declarou ser torcedor do Vasco, o VAR veio para acabar com a essência do futebol. "O futebol é a alegria do povo. As crianças não podem mais comemorar o gol, porque têm que esperar a decisão do VAR", disse, acrescentando que seu objetivo é devolver essa alegria ao esporte. Seu projeto de lei, se aprovado, prevê multa de R$ 250 mil no caso de descumprimento, com o dinheiro sendo revertido para o Fundo Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor.

A Ferj, em nota oficial, afirmou não ver "nenhum sentido no projeto" e completou: "Não se pode virar as costas para a tecnologia e andar na contramão do mundo. O que precisa é treinamento e critério que permitam menos interferência e máximo benefício".