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Ludmilla fala sobre 'Cobra Venenosa': 'Antídoto contra intrigas'

Cantora também negou que a música seja sobre Anitta. 'Foi feita há três anos', diz

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Não há isolamento social capaz de adiar os planos e, consequentemente, o sucesso de Ludmilla. Tudo isso atrelado a feitos marcantes e algumas pitadas de polêmicas, porque ninguém é de ferro. Aos 25 anos, Lud é a cantora negra mais ouvida no Spotify Brasil, contabiliza 22 milhões de seguidores no Instagram e, de quebra, acaba de lançar o hit Cobra Venenosa, um antídoto contra intrigas e preconceitos.

"É uma situada para a pessoa mudar, melhorar. Quem sabe ser parte do bonde?", diz Ludmilla, aos risos, pedindo paz e sororidade. "A inspiração foi falar da relação entre mulheres, da força que isso traz. É preciso haver espaço para a gente falar sobre atitudes de outra mulher, caso firam a gente. Não precisa ser uma declaração de guerra, tudo pode ser feito com respeito, para a gente evoluir juntas", afirma.

Agora, quem achou que a música seria uma resposta à cantora Anitta caiu do cavalo. Apesar do hit ter sido apresentado ao público num vídeo desabafo, em que Ludmilla relatou sua amizade tóxica com a Poderosa, o funk já havia sido produzido antes da briga. "Não é (sobre Anitta). A música foi feita há três anos. Quando trouxe minha versão da história, falei tudo o que queria", desconversa Lud, dando dicas para se desvencilhar dessas situações. "O importante é estar de olho em quem se aproxima. Não ignore sua intuição e repare se a pessoa está somando na sua vida. Procure estar rodeada de quem te levanta."

Apesar da quarentena devido à pandemia do novo coronavírus, Ludmilla lançou o clipe de Cobra Venenosa na sexta-feira. O vídeo foi gravado em São Paulo, num cenário apocalíptico. As medidas de segurança foram tomadas. "Tivemos uma equipe reduzida. Todos os envolvidos foram testados e seguimos absolutamente todos os protocolos", conta a cantora, que veio a público, ontem, desmentir que ela e a mulher, a bailarina Brunna Gonçalves, tenham contraído a Covid-19.

 

'Treinamos com policiais de verdade'

Não bastasse o novo sucesso, Ludmilla recebeu o convite para estrear como atriz na série Arcanjo Renegado, da GloboPlay. Na produção, a cantora será Diana, uma policial militar. A preparação já começou na casa de Lud, que vem postando várias fotos do processo em seu Instagram. "Nossa, estou muito animada com esse projeto. Eu sempre quis interpretar uma personagem como a Diana. E ainda vou fazer isso em uma série que eu amo. A expectativa está a melhor possível. Por enquanto, estou nos treinos, fazendo a preparação tática, de posicionamento, aprendendo a mexer na arma. Estou muito animada para ver como será na hora do gravando, com figurino, elenco, equipe", diz ela, animada com a pré-produção. "Isso dá um trabalho gigante (risos). E treinamos com policiais de verdade, ex-integrantes do BOPE. Então, isso traz uma verdade muito grande, são pessoas que fizeram parte da corporação".

'Fico chateada por haver essa ideia'

Ludmilla se viu nos últimos tempos envolvida em polêmicas com Anitta, Val Marchiori e, recentemente, com Samantha Schmutz, que não gostou nada do fato de uma cantora ter sido convidada para atuar em Arcanjo Renegado, tirando a vaga de uma atriz. Lud rebate. "Fico chateada por haver essa ideia de que, se você é atriz, só pode ser atriz. Ou se você é cantora, só pode cantar. Torço para que seja cada vez mais natural sermos vistos podendo exercer a nossa arte da maneira que desejarmos", afirma ela, que, vira e mexe, vê seu casamento com Brunna Gonçalves na boca do povo. "Convivemos muito juntas. Estamos sempre coladas. E eu adoro isso. Acho que a diferença é que, na quarentena, a gente dividiu mais momentos em casa."

'Não podemos mais aceitar atos racistas'

Umas das artistas negras de maior relevância no país, Ludmilla se enche de esperança com o movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam, em português), em busca da igualdade racial. "Para mim, é muito importante ver tantas pessoas apoiando e se colocando como antirracistas. Porque é exatamente isso: não basta não ser racista, a mudança vem da prática do antirracismo. Não podemos mais aceitar atos racistas, a desumanização do povo preto. E essa é uma luta de todos", destaca Lud. "Os pretos são os protagonistas, mas os brancos precisam estar juntos, ser aliados. Quero aprender cada vez mais para ser uma voz ainda mais potente para as transformações que precisamos e queremos ver", acrescenta a cantora.