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Paulo Vieira bomba nas redes sociais e na TV

Comediante ganha projeção nacional com quadro no 'Fantástico'

O humorista Paulo Vieira ganha mais destaque no 'Fantástico'
O humorista Paulo Vieira ganha mais destaque no 'Fantástico' -

A Astronomia explica que, quando vemos uma estrela no céu, ela, na verdade, já brilha há muito tempo, mas a luz demora até chegar à Terra. A trajetória do humorista Paulo Vieira não é tão diferente. Criado no Tocantins, o comediante de 27 anos já fazia sucesso desde a época em que as apresentações de stand up comedy estouraram no país.

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Em 2016, no entanto, o humorista começou a ter destaque nacional por seus quadros e intervenções no Programa do Porchat, na Record. Hoje, a estrela de Paulo brilha ainda mais forte. Dessa vez em horário nobre, aos domingos, e na Globo, com o quadro "Como lidar?", no "Fantástico".

"A ideia é fazer uma crônica de humor dentro do Fantástico. E, como crônica, a gente tem que representar o momento que estamos vivendo. Por mais doida que alguma situação seja, ela é calcada em dúvidas e conversas que temos nessa quarentena", explica ele. Além do trabalho de ator, Paulo é um dos roteiristas do quadro que já caiu nas graças dos telespectadores. "Está sendo maravilhoso. A resposta do público foi melhor do que eu pensava, fiquei impressionado. Eu sinto que as pessoas estavam carentes de um quadro de humor no Fantástico. Até porque é um programa de notícias não tão boas, mas que precisam ser dadas. E esse era o nosso desafio, achar o tom certo para cada episódio. Porque a gente quer fazer humor e precisa rir para sobreviver, mas não é tempo de estar em festa."

Recluso há alguns meses, Paulo também confessa que o quadro tem o intuito de provocar questionamentos sobre os temas propostos como, por exemplo, o hábito de furar o isolamento. "A ideia principal é sempre a comédia, fazer rir. Mas todo discurso é político. Se a gente consegue casar as duas coisas é melhor ainda. Nós sempre temos o intuito de compor a comédia com consciência. Então, em tudo o que eu faço, tem aquilo em que acredito", defende o humorista que também usa o espaço conquistado para militar sobre igualdade social e racial.

"Não cheguei ali sozinho"

Como homem negro e vindo da região Norte do país, Paulo faz questão de contextualizar suas vitórias. “Para mim, é um lugar de muita responsabilidade e muita honra. Quando entrei no Fantástico, eu fiquei muito nervoso. Mas sei que, quando eu estreio na Globo, não sou só eu que estou estreando. A pessoa preta no Brasil nunca está sozinha, ela carrega todo um discurso, toda uma história. Eu não cheguei ali sozinho, eu cheguei por conta de muita militância, de muitas outras pessoas negras que batalharam e lutaram para que pessoas como eu pudessem estar ali. Eu quero honrar esse espaço e deixar a porta aberta para mais gente. Me sinto abraçado por saber que eu não estou só”, defende Paulo.

Produção em plena quarentena

Integrante do "Fora de Hora", agora apenas como podcast, Paulo também tem feito o "Diário do Coronga", vídeo que simula conversas populares sobre o coronavírus nos grupos de mensagens. “Eu tenho feito no tempo que me sobra entre todos os outros projetos. Me dá trabalho porque eu tenho que falar com as meninas, tenho que ligar até o fogão para fazer os sons. Eu fico que nem doido aqui em casa”, brinca.

Ele também revela que tem evitado produzir mais conteúdo do que o habitual. “Eu sou um criador de conteúdo da Globo. Se eu ficar produzindo 24 horas na internet, eu deixo de criar conteúdo para onde eu sou pago para criar. Tudo o que eu faço já é uma exposição tremenda e representa muito o que eu penso.”