João Baldasserini se derrete pelo primeiro filho, Heleno: 'Trouxe o melhor de mim'

De riso frouxo e com uma coletânea de histórias para contar, João Baldasserini comemora a boa fase que está vivendo. Se não bastasse o reencontro com a comédia na pele de Zezinho, seu personagem na novela Salve-se Quem Puder, da Globo, o ator, de 36 anos, brilha os olhos ao falar do primeiro filho, Heleno, de apenas três meses, fruto do casamento com Erica Lopes.

"Agora é que o bicho pega (risos). A imagina que a paternidade é uma coisa, mas não tem manual. Quando o Heleno nasceu, trouxe o melhor de mim. Talvez eu tenha sido, até então, um João inseguro. Meu filho me trouxe o peso dessa responsabilidade de ter que buscar o meu melhor. Ele é tudo para mim", derrete-se.

A chegada do pequeno, no entanto, veio como um furacão na vida do galã. O distanciamento que o ator teve do pai na infância foi motivo de um mergulho no autoconhecimento. "Faço terapia e fiquei pensando muito na minha referência de pai, que eu não tive muita. Meu pai foi muito ausente, se separou da minha mãe quando eu era pequeno. Depois tivemos mais contato. Trabalhei esse processo de aceitação, de não me boicotar. Desejo que Heleno tenha a melhor referência paterna", reflete.

Tanto que quando soube que Erica estava grávida, já foi logo se preparando para pedir a mulher em casamento. Os dois trocaram alianças em agosto do ano passado, com tudo dentro dos costumes. "Meu casamento foi lindo. Minha mãe orquestrou a cerimônia, ela é monja budista, foi um momento muito especial. A gente se conhecia há menos de um ano. Quando vi a gente já estava morando junto", revelou ele, que viajou até Barra Bonita, no interior de São Paulo, para pedir a mão da amada para o sogro. "Fiquei muito nervoso, porque eu já fiz isso em cena, mas na vida... O pai dela é uma pessoa bem simples, eu brinco que ele é o pai do Zezinho", conta João, aos risos.

'Estou em um momento pessoal muito feliz'

Toda a realização na vida pessoal começou a reverberar também no trabalho de João Baldasserini. Em Salve-se Quem Puder, o ator vive um homem grosseirão, que vive na roça com a mãe, a divertidíssima Ermelinda (Grace Gianoukas), mas tem um grande coração.

"Acredito que entraremos para a história com essa trama. É uma novela que tem muitos elementos. Fora que estou em um momento pessoal muito feliz, casei, estou com filho e na novela. Estou comendo esse personagem com farofa", comemora o ator, com a certeza de que Zezinho é, de fato, um divisor de águas na sua carreira.

"É minha dobradinha com Daniel Ortiz (autor), trabalhei com ele em Haja Coração, como Beto. Aquele personagem me alavancou muito, foi quando eu fiquei deslumbrado com a fama. Eu nunca imaginei a força que viria, o assédio. Agora, o Zezeinho é o melhor papel pra mim na televisão. É o personagem da vida", garante ele.

Apesar de um homem bronco, João faz questão que Zezinho não tenha traços machistas. "Teoricamente ele seria um machão da roça, mas é um homem respeitador com as mulheres. Não tem nenhuma pegada preconceituosa. Vou defender isso no personagem".

'Alezinho' bombando

O romance entre Zezinho e Alexia (Deborah Secco) em Salve-se Quem Puder já está dando o que falar. Mesmo a aspirante à atriz, Luna (Juliana Paiva) e Kyra (Vitória Strada) caírem de paraquedas na fazenda do bonitão — elas estão escondidas como estratégia do serviço de proteção à testemunha ao presenciarem o assassinato do juiz Vitório (Ailton Graça) —, os dois acabam se envolvendo e vivendo um romance proibido.

As cenas mais quentes do casal tem elevado tanto a temperatura da telinha da Globo, que a dupla já está sendo shippada (junção dos nomes dos personagens) pelos internautas como 'Alezinho'. "É uma relação de gato e rato, que é muito divertida. Ele sabe que é errado, já que ele precisa cuidar dela. Mas tem o coração mole. Faz o bronco, o xucro, que não pode se apaixonar e acaba se apegando. Os dois têm momentos quentes. Esse jogo entre eles é muito gostoso, me lembra muito a obra de O Cravo e a Rosa", avalia João.

Se o romance entre Zezinho e Alexia já era complicado, imagine só quando Bel (Dandara Mariana) chegar na trama balançando o coração do caipira. A partir do capítulo desta quinta-feira, a atriz vai ficar uma fera e dará o braço a torcer de que está gostando do filho de Ermelinda. "Ele é alucinado pela Alexia, mas alguma coisa vai afastá-los e a chegada da Bel bagunça ainda mais essa relação de amor e ódio dos dois", adianta.

Diversão garantida

A dobradinha com a atriz Grace Gianoukas tem tirado boas gargalhadas do elenco tanto em cena como nos bastidores da trama. "Ela é maravilhosa, a gente se olha, bate o texto e ela é muito generosa. Ela é incrível, engraçada. Nosso núcleo é bem livre", afirma ele, lembrando que contracenar com Felipa, a galinha mais famosa dos Estúdios Globo, tem sido um desafio "Ela é meu bichinho de estimação, nunca tinha pegado uma galinha na mão e foi uma loucura", brinca. 

'O cara que está em extinção'

A pureza de Zezinho é o grande trunfo do personagem, de acordo com João. Para o ator, o caipira tem uma sinceridade que não existe mais na sociedade. "É o melhor papel pra mim. Tanto pelo momento que estamos vivendo no pais, como pelo lado cômico que carrega. É um personagem leve, um cara honesto de bom coração. É o tipo de homem que a gente não está mais acostumado a ver. Eu torço para que ele agrade muito o público. Zezinho é o cara que está em extinção. Ele não foi corrompido pela sociedade", destaca o galã. "O estilo de vida dele é tão verdadeiro e autentico que, quando a gente vê uma pessoa assim, se encanta. Acaba rindo dessa beleza desse tipo de ser humano, porque, hoje, a gente desconfia de tudo, tudo é tão fake (falso)", pontua.

'Espero fazer novela das 21h'

Comemorando dez anos de televisão, João coleciona no currículo novelas de sucesso da Globo. Após a estreia em Tempos Modernos (2010), ator fez parte do elenco de Haja Coração (2016), Pega Pega (2017) e O Tempo Não Para (2018). O horário nobre é o grande sonho do artista. "Defendo com unhas e dentes a minha profissão. Espero ter a oportunidade de fazer uma novela das nove. Agora. com filho pequeno, eu preciso de um contrato longo para pagar os boletos", conta ele, aos risos, que não pretende se afastar do humor. "Um vilão, por exemplo, tem que ser meio tonto. Um lado engraçado. Se a gente olhar para o nosso governo, nossos representantes, eles são engraçadíssimos. Se colocar em cena, o povo ri. A gente não ri porque sabe que é bem trágico".