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Anajú Dorigon analisa transformação de personagem, fala sobre depressão e relembra vida de miss

Atriz comemora papel em 'Órfãos da Terra', se dividindo entre mocinha e vilã: 'Fico muito feliz com a repercussão. É uma alegria ver as pessoas acompanhando a história e a evolução da Camila'

Anajú comemora papel na novela das 18h: 'Feliz com a repercussão'
Anajú comemora papel na novela das 18h: 'Feliz com a repercussão' -

Ela já fez parte do núcleo dos vilões, foi odiada nas redes sociais e, agora, caminha para uma redenção diante dos espectadores de 'Órfãos da Terra'. Anajú Dorigon, intérprete da volátil Camila, considera transformadora a trajetória da personagem. “Vimos ela no começo com uma conduta questionável, com desvios morais, vivendo através de preconceitos. O tempo passou e ela colheu os frutos de muitas decisões erradas que tomou e, com isso, tem aprendido. Tem entendido os perigos do egocentrismo, a toxicidade da ambição. Tem exercitado a empatia, tem se desprendido do medo de demonstrar o amor a quem ela ama. Ainda temos muita história pra contar e para surpreender, mas é muito bonito ver esse amadurecimento. Sou suspeita pra falar pois sou super apegada a ela”, conta a atriz, aos risos.

As escolhas equivocadas de Camila, destacadas por Anajú, custaram caro, tanto que a personagem chegou a ser considerada pelo delegado Almeidinha, papel de Danton Mello, uma das suspeitas de assassinar Paul (Carmo Dalla Vecchia). Mas, para Anajú, a personagem está do outro lado da história, junto dos mocinhos. “Ela gostou do Paul, amadureceu, reconheceu seus erros. Não acho que ela seria capaz de tirar a vida dele”, pondera. Mesmo sem acreditar que Camila seja a peça chave para a resolução do crime, Anajú solta o verbo na hora de imaginar o que falaria se pudesse dizer umas verdades para a personagem.

“Sem dúvida diria: ‘Sua família te ama e você pode receber esse amor. Sossega, garota! Suas atitudes têm consequência e a gente sempre tem muito o que aprender’”, afirma. A menos de dois meses para o fim da trama, a atriz revela que o elenco da novela já virou praticamente uma família. "Temos uma convivência muito gostosa”, diz. “Estamos muito gratos por contar uma história tão especial e tão gostosa de se viver, coisa que ajuda muito a nos aproximarmos. É um grupo delicioso que espero reencontrar sempre”, torce.

Carinho do público
Solteira aos 25 anos, a atriz conta que lida bem com o assédio dos fãs. “Fico muito feliz com a repercussão. É uma alegria ver as pessoas acompanhando a história e a evolução da Camila. Amo e sou muito grata ao carinho que tenho recebido, é um presente saber que, de alguma forma, nossa história está tocando a vida das pessoas”, comemora. Lidar com o público, inclusive, não é novidade para Anajú. Quando mais nova, ela participava de concursos de miss. “Foi uma das experiências mais bonitas e enriquecedoras que já tive. Aprendi muito, realizei grandes sonhos e sempre levarei isso comigo. É uma parte de mim”, recorda.

Depressão e síndrome do pânico
Anajú não se esquiva na hora de falar sobre a sua experiência com a depressão e síndrome do pânico. A atriz resolveu falar sobre o assunto para desconstruir os estereótipos sobre o tema e mudar o cenário de ausência de diálogo a respeito dessas questões. “Sempre havia um tabu, e esse tabu é destruidor”, relata. “Foi muito natural falar sobre isso. Quando me senti preparada, munida de informações, disposta a escutar e, quando sabia que não iria me ferir, entendi que era o momento de me abrir sobre isso”, explica. Por conta disso, a atriz tenta equilibrar os cuidados espirituais, do corpo e da mente. “É importante que a atividade física me dê prazer, seja gostosa. Amo ioga, amo dança, retomei as aulas recentemente, e amo pedalar”, fala ela, que é vegetariana. “Sempre tive interesse por esse estilo de vida, só não esperava aderir a ele tão rapidamente. Em um determinado momento a carne começou a me fazer muito, muito mal. Então, entendi que era a hora de parar. Meu corpo, naquele momento, me pediu”, analisa.

Dividida entre vilã e mocinha
Na Globo, antes de dar vida à Camila, Anajú experimentou fazer uma vilã e uma mocinha. Em Malhação Sonhos, sua estreia na emissora, a atriz fez a antagonista Jade, lembrada pelos fãs da novelinha até hoje. “Foi a realização de um grande sonho unida a um projeto extremamente especial. Foi um trabalho que levou um ano e meio até sua completude, onde pude aprender, errar, entender, refazer, transformar. Vivi uma personagem maravilhosa ao lado de atores incríveis. Foi uma gigantesca escola que levarei pra sempre guardadinha no coração”, relembra. Depois, ela fez a sonhadora e apaixonada Cecília, em Orgulho e Paixão. E o que Anajú prefere? As boazinhas ou más? “Ai, que pergunta difícil! Acho que todas as personagens são deliciosas. Nenhuma é uma coisa só. Todas têm seu universo, suas riquezas, suas fraquezas. Não vou mentir que as com jeitinho de vilã são bem prazerosas (risos). Mas adorei viver os dois tipos. Assim como tenho muita vontade de experimentar mais a comédia, de me jogar em dramas fortes. Tudo que é diferente e desafiador me atrai muito.”

* Estagiária sob supervisão da jornalista Karina Fernandes

Anajú comemora papel na novela das 18h: 'Feliz com a repercussão' Jonathan Jiuliani / Divulgação
Anajú Dorigon interpreta Camila, em 'Órfãos da Terra' Divulgação/Jonathan Jiuliani

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